Chego novo, farda justa,
olho atento, mente assusta.
Piso leve, quase mudo,
mas aqui ninguém escuta tudo.
Dão tarefa, dão missão,
mas não dão mão.
Só cobram, só espreitam,
e se eu cair... eles aproveitam.
Alguns antigos — olho frio —
não ensinam, não estendem fio.
Vivem pra manter o lugar,
puxam tapete pra não precisar lutar.
Se escondem atrás da experiência,
mas praticam a concorrência.
Fingem ajudar, depois desviam,
esperam a falha e se saciam.
“Quer subir? Se vire só.”
Enquanto sorriem com desdém maior.
Aprendi rápido: não é só o patrão,
que aperta o nó na minha mão.
Têm os que já desistiram,
e os que, piores, se investiram
no papel de novo opressor,
esquecendo a própria dor.
E eu penso, nessa ilusão:
escravi, dão.
Com vírgula pra enganar,
como se ainda fosse pra sonhar.
Dão trampo, dão pressão,
dão mentira e punição.
Mas no fundo, só tiram:
tempo, alma e direção.
E os vilões? Alguns têm crachá antigo,
e orgulho de ver o perigo.
“Se eu sofri, você vai também.”
Essa é a lógica de quem já foi refém.
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Autor:
Tainá Lopes (
Offline)
- Publicado: 24 de abril de 2025 20:57
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 7
Comentários2
Boa noite, relações pessoais no trabalho? Disputas? Falta de cooperação?
Todos nós temos isso, querido amigo.
Parece que você escreveu minha vida no trabalho rsrs.
E as algemas pesam demais !!!
Parabéns minha poetisa , bom te ler !
Abraço e beijo no seu coração.
Fico feliz que tenha gostado querido. Beijos da sua poetisa. ?
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