Ele chegou sem aviso, sem pressa,
e eu, tola, abri a porta com promessa.
Meu corpo sabia antes da mente,
mas fui mesmo assim… inconsequente.
Ele é frio, eu sabia.
Mas tinha algo na dor que me prendia.
O beijo queimava, o toque feria,
mas era ali que eu sentia… que eu vivia.
Não me deu amor, nem mentiu.
Só ficou… até que tudo ruiu.
Me deixou no chão, despida e partida,
e ainda assim, eu chamava de vida.
Eu quis correr, mas ele é prisão,
grita no meu sangue, arranha meu pulmão.
É abismo com gosto de festa,
é morte… que se manifesta.
Ele é o caos que veste pele fina,
me olha rindo enquanto me contamina.
Eu me odeio por ainda querer,
mas ele é cocaína — e eu só sei ceder.
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Autor:
Tainá Lopes (
Offline)
- Publicado: 19 de abril de 2025 07:41
- Categoria: Carta
- Visualizações: 42
- Usuários favoritos deste poema: willian rodrigues, Loka
Comentários2
Teu poema tem uma pitada de" Há Tempos" da Legião, teu poema tem uma magnitude singular e beleza.
Beijo no seu coração , minha querida poetisa .
Agradeço seu comentário, meu docinho de rima. Eu também gosto de rock. Será um prazer poder escutar essa banda maravilhosa! Beijos e abraços da sua poetisa!
Assim é. Quando nos deixamos iludir pela cocaína, mesmo que chegue com voz doce e promessas ilusórias, caímos no chão, sem hipóteses de nos levantarmos de novo.
Gostei de ler esta outra versão. Agora dela.
Gostei da mensagem implícita, amiga Tainá.
Beijinho
Esse poema reflete principalmente as relações vazias de hoje. Me inspirei em Zygmunt Bauman para fazê-lo. O próximo será algo mais pessoal. Aguarde o próximo com carinho. Beijos e abraços.
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