Eu chego devagar, sem bater,
sou o vício que ela aprendeu a querer.
Olhos dela gritam "foge",
mas o corpo… implora por overdose.
Não prometo nada, nem tento fingir,
sou o erro que ela insiste em repetir.
Me chama de veneno, chama de sina,
mas volta sempre — eu sou cocaína.
Sou o beijo que vicia e arde,
sou ausência que deixa saudade.
Ela sabe que eu não sou abrigo,
mas mesmo assim, dorme comigo.
Eu a quero entre o prazer e o precipício,
me deseja, mas me culpa — eu sou artifício.
Não sou dela, não sou de ninguém,
só entro, destruo… e vou mais além.
Se ela quebrar, não é por descuido,
é que amou o perigo com gosto de ruído.
Sou charme, sou dor, sou esquina,
ela me chama de amor… mas eu sou cocaína.
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Autor:
Tainá Lopes (
Offline)
- Publicado: 17 de abril de 2025 06:51
- Comentário do autor sobre o poema: Dedicatória Para todos os homens que são cocaína… Para os que não prometem amor, mas deixam marcas como tatuagem na alma. Para os que chegam como tempestade, e vão embora como brisa — levando o ar, o chão, o juízo. Vocês são o vício sem cura, o erro favorito, a dor escolhida. São poesia de pele, tragédia com perfume caro. Essa é pra vocês — que nunca foram dela, mas fizeram questão de não sair.
- Categoria: Gótico
- Visualizações: 22
- Usuários favoritos deste poema: MAYK52
Comentários2
Confesso que não havia notado antes , uma poetisa de linhas fortes e versos cativos !
Adorei a tua poética, adorei ler te.
Parabéns
Abraço.
Agradeço Corassis, sua atenção me deixa cheia de lisonja. Beijos da sua poetisa.
Muito realista este poema. Abordando um cancro da nossa sociedade, a droga.
Infelizmente, homens e mulheres, e a esmagadora maioria jovens, destroem a sua vida agarrando-se a este maldito vi´cio.
Goste bastante, estimada Tainá.
Beijinhos.
Quis refletir principalmente às relações superficiais de todos que um dia sofreram, mas na vista do opressor. Eu estarei trazendo a versão dela.
Beijos e abraços.
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