Tainá Lopes

Eu sou cocaína. (Versão dele.)

 

Eu chego devagar, sem bater,

sou o vício que ela aprendeu a querer.

Olhos dela gritam \"foge\",

mas o corpo… implora por overdose.

 

Não prometo nada, nem tento fingir,

sou o erro que ela insiste em repetir.

Me chama de veneno, chama de sina,

mas volta sempre — eu sou cocaína.

 

Sou o beijo que vicia e arde,

sou ausência que deixa saudade.

Ela sabe que eu não sou abrigo,

mas mesmo assim, dorme comigo.

 

Eu a quero entre o prazer e o precipício,

me deseja, mas me culpa — eu sou artifício.

Não sou dela, não sou de ninguém,

só entro, destruo… e vou mais além.

 

Se ela quebrar, não é por descuido,

é que amou o perigo com gosto de ruído.

Sou charme, sou dor, sou esquina,

ela me chama de amor… mas eu sou cocaína.