Eu chego devagar, sem bater,
sou o vício que ela aprendeu a querer.
Olhos dela gritam \"foge\",
mas o corpo… implora por overdose.
Não prometo nada, nem tento fingir,
sou o erro que ela insiste em repetir.
Me chama de veneno, chama de sina,
mas volta sempre — eu sou cocaína.
Sou o beijo que vicia e arde,
sou ausência que deixa saudade.
Ela sabe que eu não sou abrigo,
mas mesmo assim, dorme comigo.
Eu a quero entre o prazer e o precipício,
me deseja, mas me culpa — eu sou artifício.
Não sou dela, não sou de ninguém,
só entro, destruo… e vou mais além.
Se ela quebrar, não é por descuido,
é que amou o perigo com gosto de ruído.
Sou charme, sou dor, sou esquina,
ela me chama de amor… mas eu sou cocaína.