PRETÉRITOS
Escuto o ronco de máquinas
Aí em mim o verbo acelera
Tento passear pela gramática
E encontro no pretérito
Apenas alguns verbos esquecidos
Amarelos
Amassados
Preteridos.
Mas quando toco-os
Sinto que são perfeitos
Mesmo que tenham sido desfeitos...
Desfeitos pelas exigências
Das coerências e seus abusos.
Esquecidos porque a elegância
Da ética lhe tirou ânsia.
Amassados porque as mãos
Que o acariciava lhe imprime agora apenas a negação de suas verdades.
Preteridos porque não lhe sobra mais nenhum sinônimo
Que lhe defina no dicionário da vida.
Carlos Lucena
- Autor: Carlos (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 6 de agosto de 2020 19:04
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 28
Comentários3
O passado marca nossas vidas!
parabéns poeta.
Abraço.
Sempre há alguns "pretéritos". Lindo!
Poema bem construído,
Abraços ao poeta
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