A princesa e o Duende

Shmuel

 

Neste caminho, o justo e o injusto percorrem, detalhe, apenas um concluirá a empreita,
Naquela distante montanha,  esconderei, o oprimido...
o deprimido...o tolo, talvez!
Vivemos tempos difíceis,
Ainda bem que temos o Sol
Sobre nossas cabeças confusas,

Nos valemos da espada e da fala, 
Temos uma língua doce e afiada,  sempre a disposição dentro da boca         
Meu amor, nao trago flores        
 Em minhas mãos,
Somente as mãos trago,                    E nada mais, além delas,
Ah, que bom que temos as pernas 
 sãs,  assim podemos vadiar por ai,
Queria um copo d'água  fria e incolor,
Que alimento inodoro este que
causa-me tanta dor!

Renuncio as histerias sem embasamentos científicos, basta!
Degustarei gafanhotos e outras iguarias em minha dieta crística  e quase solitária,
Viajarei na constante velocidade da luz,
se os deuses assim permitirem, tamanha insanidade,
Do escudeiro espero fidelidade,  e bom comportamento;  as vezes adulto,
as vezes infantil,
Que seja engraçado e resistente       Ao frio e a fome
Pois o território a ser conquistado é árduo e hostil,
Carregado de homens sisudos

Neste exato momento, temo
pelas donzelas,
-Donzelas de todos os reinos, e de todas plataformas e torres digitais!
-Não se apartam, e nao se entreguem a estes senhores da indústria do tabaco e do silício!
Ah, como eu queria ser uma  lâmina de  raio de sol,
e anunciar o amanhecer de uma   nova era
Em um planeta qualquer, em uma cúpula  qualquer, em uma caverna qualquer,
Libertar os injustiçados platônicos.

Ao longe vejo bravos soldados
retornando feridos e cansados,
Eu lhes devo atenção e alimentos,
Vieram de uma batalha épica
Entre a ciência exata, contra os  mouros dos absurdos e seus negacionistas pândegos,                   e debiloides,
Estes para muitos, são heróis e voam como mariposas frenéticas     Que bailam em torno da luz, até a morte inglória.   Em troca de efêmeros Fiat lux,

Um camponês me olha com desdém,  e diz coisas que até então desconhecia:
Por essas, e outras, prefiro os duendes, são mais precisos e humildes,
para certos assuntos de salvar o mundo ou libertar indefesos,
No tocante a fome no planeta
são bem mais sensíveis também,
Sim, os duendes são criaturas dóceis, e sociais, de suma relevância  no cenário geopolítico,    Do nada ouço uma voz meiga e concisa:
-Concordo, duendes são
realmente fofinhos,                        Meu fiel escudeiro diz jocosamente;

-Então, cortemos a cabeça                 do camponês desdenhoso?                 
-Mas não é muita violência!
Intercede a voz meiga e apavorada,

-Que dentes! Que anjo negro e          lindo
habita dentro de vós! Todos ouvem meu pensamento,
Dou um breve sorriso e tento acalmar  a mileide aflita;
-Não existe tal violência, e nem tamanha punição para os insurgentes, 
minha gentil senhora!                  Esboço um sorriso do dever cumprido, e caminho a deriva.

 

 

 

  • Autor: Shmuel (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 4 de agosto de 2020 15:32
  • Comentário do autor sobre o poema: Ao iniciar este escrito, fiquei surpreso pelo caminho percorrido.
  • Categoria: Surrealista
  • Visualizações: 59
  • Usuários favoritos deste poema: LEIDE FREITAS
Comentários +

Comentários13

  • Edla Marinho

    Muito bom! Boa noite. Um abraço

  • Shmuel

    Boa noite,
    Abraços

  • Cecilia Merces Vaz Leandro

    Adorei!

    • Shmuel

      Que bacana!
      1ab

      • Shmuel

        Que bacana!
        1ab

      • Mabelly Olegario

        Ótimo poema! Parabéns Samuel.

      • anapaula.*.

        Muito bom!! Amei!

        • Shmuel

          Fico feliz mesmo!
          Um abraço

        • Hébron

          Ao concluir a leitura do que está escrito, fiquei surpreso pelo caminho percorrido...
          Um poema emblemático que me deixou impressionado, Shimul!
          Parabéns!
          Abraço surreal!

          • Shmuel

            Citou o meu comentário! Realmente foi isto mesmo. A inspiração chega, e a gente fica sem saber oque fazer. Quando concluído, tomamos um susto. Você fica indignado
            e pensa: Cara, eu fiz isto!
            Grande Hébron, você é dez.

          • Ema Machado

            Grande Mestre! Extasiada com a leitura, perfeição e sensibilidade, sua marca. Aplausos!

            • Shmuel

              Ema, meu poema tomou novas matizes após a sua indelével declamação.
              Abraços!

            • CORASSIS

              Realmente um grande mestre
              Usado sua maestria ,obra profunda
              Grande lição além do espelho
              Parabéns amigo.

            • Ernane Bernardo

              Que maravilho poeta Shimul, belo poema, boa noite, abraços.

              • Shmuel

                Muito obrigado! Como diz a nossa querida NeivaDirceu: gratidão!
                Boa noite meu querido poeta!

              • Shmuel

                Corassis, você é meu espelho! Baita poeta, cara eu ti admiro muito.
                Obrigado!

              • Edla Marinho

                "O justo e o injusto percorrerá o mesmo caminho "...
                E assim sempre será, a chuva cai para o justo e igualmente para o injusto.
                Uma maravilhisa criação, poeta Shimul!!

              • Shmuel

                Detalhe, apenas um concluirá
                a empreita.
                Você está correta, Princesa Edla Marinho.

                It is a pleasure for me read your kindness comments. Kisses in heart, my dear!

              • LEIDE FREITAS

                Um poema bem construído com algumas palavras raras e bem dispostas. Uma história épica e bem narrada.

                Foi um prazer ler-te!

                Até breve, caro poeta Shmuel.

                • Shmuel

                  Sempre atenta a nobre poeta! Teus comentários são pérolas em minha página!
                  Boa tarde!



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