Aviso de ausência de Metamorfose
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Quisera eu, como a borboleta,
Ser crisálida e esperar
Que o tempo me vestisse em cores,
Que a vida me ensinasse a voar.
Mas meu casulo é feito de medo,
De ausências que não escolhi,
De portas trancadas no peito,
De laços que nunca vivi.
Se um dia eu amar, terei que esconder,
Se um dia eu sonhar, será só pra mim.
Minha história não cabe na mesa,
Nos risos que um dia chamei de jardim.
Os aniversários, os almoços,
São quadros que não me incluem.
E se um dia eu tiver uma casa,
Ela nunca verá de onde eu fui.
Metamorfose interrompida,
Asas que não podem abrir.
Pois voar requer horizonte,
E o meu nunca esteve aqui.
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Autor:
Metamorfose (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 16 de fevereiro de 2025 20:03
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 71
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Drica
Comentários4
Mais que lindo...
Bravo.
Obrigada! Feliz que tenha gostado.
Saudações poéticas.
Profundo e delicado. Eu gostei!
Que bom que gostou! Agradeço pelo carinho e pela visita.
Neste jardim indo de borboletas, vc está nas flores mais bonitas e perfumadas em asas poéticas.
Abraço querida poetisa .
Sim, a poesia tem o dom de tocar a alma e transformar sentimentos em palavras. Saudações poéticas!
Obrigada pelas belas palavras.
O que teu poema tem de beleza,engenho e arte tem, também, muito de negativismo. Por que tanto pessimismo? Na vida nós podemos criar ,para nós, uma experiência rica e sem igual, a não ser que estejamos morrendo...aí, será ponto final. Mas, não acredito que seja teu caso! És talentoso e teus poemas enriquecem este cantinho poético.
Concordo que podemos criar para nós uma experiência única e repleta de coisas boas, mas, nos meus poemas, sempre me perco ao tentar imaginá-las. Sou grata pelas belas palavras e pela reflexão. Espero não apenas criar coisas boas, mas também vivê-las.
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