Extraordinária solitude do elogio da nuvem para a qual
aceno em reverência. Vejo a vida sonhar todo o meu
amor com ela, sem se precipitar, mas revelando-se
como uma serenata: é intenso e é simples. Assim
também como o brilho da lua ou como o luzir dos
vagalumes. Tudo que é sutil me causa profundidade.
Musgos em plena floração me lembram a vida honesta
e aberta. Sinto uma bondade natural do céu, a indiferença
dos outros filhos não me desequilibra. Apenas guio os meus
ramos. Os meus cavalos correm sem desespero e eu vejo a Lua.
Contruo uma casa de pedra que é tudo que preciso.
Onde sem teto, posso ver as estrelas e desejar ir para o meu lar.
E vejo. Acima do sol. Por trás das nuvens. Em posição elevada
à Lua. O desejo me permite respirar resquícios dele mais perto,
como se estivesse mais perto do que nunca. Imagino uma corrida
nos dois céus: o noturno e o diurno. Não importa perguntar-me o
porquê estou aqui, mas me abraçar enquanto respiro intensamente
deitada sob este chão que me proporciona a visão do sol, das
nuvens, da lua e da chuva. Tudo isto enquanto vivo e espero em
paralelo – um prisma de elos. Já estive aqui antes mas tudo está
tão bom agora: correndo à procura de mais coloridas borboletas.
— a lua usa o brilho alheio e, só então, sobe ao céu, sobe e caminha entre estrelas, ascendendo para acender, carregando o melhor que lhe é oferecido. Cintilante ela vaga dentro do seu próprio caminho. E a lua está em mim.
Fico alegre por admirar o que admiro e ser assim – observadora
e admiradora das coisas que formam mais coisas dentro de
todas as pessoas, e e perceber numa rápida consciência tudo
que me forma; tudo que eu adoro; tudo que toca no céus, tudo
o que revolta o mar, tudo o que abala a Terra. Tudo que é poesia.
Mesmo que eu não veja. A conexão é para àqueles que enxergam
à sua própria finitude em comparação com o que é infinito.
— O Maior é abrigo. Por isso eu embarco nessa solitude que fala muito, que embarca em mim, como feriado de dia santo: uma manhã sem compromissos. O tempo vira para que eu aguente. Isso é uma outra faceta, mais difícil, do Amor. A beleza da noite não depende da noite sozinha. Os vagalumes guiam o seu caminho. Eu existo, eu resisto, eu repito, eu declino, eu rimo, eu reintero, eu espero, eu rezo... Eu e todos os meus restos... Eu existo. Eu existo. Eu existo.
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Autor:
Hyun (em coreano significa: iluminado) (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 13 de fevereiro de 2025 20:19
- Comentário do autor sobre o poema: Primeiro eu imaginei o céu. Depois eu imaginei coisas que vivi e vou voltar a reviver, ainda que com outras facetas. E então entrei numa reflexão profunda, mas que foi leve para o coração, sobre minha relação com à existência em si, sobre a minha existência e sobre o céu (tanto o 'Heaven' (céu com significado de paraíso) quanto o 'Sky' (o céu que vemos todos os dias). Eu estou muito curiosa para saber quais imagens terei eu e mente quando ler isto... Simplesmente ficou muito imersa na imagem que tive no momento e ela me agrada muito, mas eu sempre mudo e talvez a futura seja melhor... ou não. E tudo bem. Essa poesia faz parte dos "escritos soltos" que escrevi ao entrar numa atmosfera muito reflexiva e extremamente instrospectiva enquanto lia 'Os Devaneios do Caminhante Solitário' do Rousseau. Estava devendo já há um tempo estes escritos, mas demorei, pois havia esquecido completamente deles (já que tenho escrito muita coisa) e quando fui lembrada da existência deles (e ausência deles daqui haha) resolvi editar. A ideia deles como ideias soltas e meio vagas não me agradou. Não queria publicá-los como os "escritos soltos" da última postagem, a de ontem. Pois, na minha visão, esses tinham mais capacidade de se tornarem lindos poemas que falam muito bem especificamente sobre mim, como uma carta aberta, que eu mesma gostaria de ler futuramente. Assim, separei tudo em 3 rascunhos e trabalhei em um hoje (e sim, os outros não serão gigantes como esse haha) que se transformou nesse poema bem "cósmico" e espiritual e, de certa forma, bem "profano" e cheio de lacunas que me formam. Me orgulho de ter escrito isso e, principalmente, da mentalidade que possuo ao escrevê-lo. [ínicio: não anotei a data, provavelmente meados de dezembro | conclusão: dia 13/02 às 22:49 de 2025].
- Categoria: Espiritual
- Visualizações: 4
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