Reprise do que não pode morrer

Letícia Alves



A novidade é um reprise que voltamos a ver.
A melhor memória dá sempre filhos-ramos,
mas em cada vez há uma magia especial.
A fragrância do agora é tão única e singular
que assim nasce a nostalgia, que pode chorar
no coração depois. Se eu pensar que o que
apaga a minha existência ou não é sempre o agora,
vou viver. Viver de verdade, como um ambiente
repleto de pássaros, mas sem o Homens.
Ficando eu, ficarei-me para a ¹Eternidade.
Eu sei. O solo não morre, mas carrega os ossos.

¹Com este verso quis aludir, metaforicamente, ao ciclo "eterno", que encontro desde o nosso nascimento à nossa morte, que é sólido – morrer e voltar pra terra. Isso já está fadado, mas eu escolho, sendo assim, viver da forma que julguei mais correta, nas palavras de Sinatra: "my way" (à minha maneira, do meu jeito, o meu caminho, etc...) E o quando o tempo tiver me consumido, eu vou ter permitido que meu corpo materializado e espiritual tenha andado livre e feito o meu melhor. Porque quando meu pequeno coração e todas as coisas boas nele quebram e calejam, derretem e vão pra longe, para depois voltar, parecendo ter mais graça e mortalidade, é quando então eu posso vislumbrar a eternidade de algo. Essa vontade não morre. E isso, para mim, também é eternidade.

  • Autor: Hyun (em coreano significa: iluminado) (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 11 de fevereiro de 2025 18:15
  • Comentário do autor sobre o poema: Escrevi esse poema na tentativa falha de ler o livro 'O castelo' do grande Kafka. Eu havia escrito coisas da minha rotina num caderno à noite para ajudar minha memória que nunca foi boa para as coisas "rotineiras" haha e após fazer isso fui deitar-me para ler e dormir. Mas acabei lendo duas ou três linhas de um parágrafo apenas. No início do parágrafo parei, pois simplesmente começou a chover poesia de mim. Com preguiça de levantar tarde da noite para pegar papel e caneta, escrevi nas duas páginas do livro 3 poemas diferentes, que irei postar essa semana, esse sendo o primeiro. Kakfa, sem querer e a escrita que era apenas para ajudar a me organizar e melhorar minha saúde mental acabaram dando espaço para a minha louca criatividade. Me sinto tão viva e contaminada por algo "divino" quando esses momentos acontecem. Nesses últimos três meses isso vinha me acontecido com músicas que fiz, escrevi e editei. Uma delícia. Por fim, estava ouvindo a música acima "earthly delights" quando terminei o poema, comecei-o ontem. (conclusão do poema hoje: 20:47, dia 11 de fevereiro. Início: ontem, dia 10 de fevereiro às 00:40).
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 7
Comentários +

Comentários1

  • Lucas Guerreiro

    Eita, como escreves! Essa é a versão deluxe do poema - com direito a nota de rodapé e comentários da autora? kkkk -

    Brincadeiras à parte, acho incrível esses teus momentos de inspiração que te absorvem e então despencam em forma de poesia/música, como disseste. Parabéns pelo poema, mas acho que vc ainda tá "devendo" aqueles do Rousseau, não?
    Abraços.

    • Letícia Alves

      Eu adorei o "a versão deluxe" HAHAHAHAHAHAHAHAH

      ALIÁS EU TINHA ESQUECIDO TOTALMENTE DE POSTAR! E ELE JÁ ESTÁ EDITADO! Vou postar agora!!! Haha

      Muito obrigada pelas palavras de verdade e vi que você postou uns também! Assim que estar em casa, mais tranquila, vou ler!

      Abraços e me manda seu Instagram! (@lealvs o meu)

      • Letícia Alves

        Acabei de lembrar que os primeiros que fiz foram uns inspirados na leitura de um livro do Dostoiévski (que eu terminei porque não me prendeu, mesmo amando o cara). Pra ficar por ordem, vou postar esse primeiro e o do Rousseau amanhã, já que o site apenas permite um por dia.

        😉


        (postei: https://meuladopoetico.com/mostrar-poema-50049 )



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