Efêmera felicidade

lipinho

Entorpeço-me de ambições,

de ódio.

Faço eu, ou há de ser feito por mim?

Início. Falhas.

Enfim, acabou.

Alívio. Mas me entristece.

Por quê? É mais um fim.

O cão está morto.

Falhas. O que faço?

Existência pífia. Não me orgulho.

A quem devo satisfação?

Não a ti.

Efêmera.

Não me faz feliz.

Corro desesperadamente.

Sinto arder.

Flamba.

Desce sobre mim a chuva.

Finalmente, feliz.

Apaga, assim como a brasa acesa.

Agacho. Sento-me. Acaricio.

Percebo que o cão não está morto.

Apenas me distrai. Necessito de novas distrações.

Enfim, reconheci.

O cão já não está mais morto.

Por quanto tempo há de permanecer vivo?

Morreu.

Corro. Acordo. Levanto-me.

Esvazio-me.

O cão já não está mais morto...

Hei de eu não tomar mais distrações?

Foco. O cão está morto,

assim como eu estou.

Morte. Profunda.

Rasga. Preciso me distrair.

Senão, jamais o cão há de viver novamente.

Morreu. Ele morreu. Enfim, morreu. Eu morri.

Sem distrações.

Por fim, morremos.

Morremos ou nos matamos?

Quem nos matou?

Tu? Vós? Eles? Eu?

 

  • Autor: lipinho (Offline Offline)
  • Publicado: 4 de fevereiro de 2025 13:41
  • Comentário do autor sobre o poema: O cão é a felicidade, ele é real e é literal
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 7
  • Usuários favoritos deste poema: lipinho


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.