Morno

lipinho

Morno.
Café quente ou frio?
Morno.
Café com ou sem açúcar?
Morno.

A imortalidade é morna.
Imortal?
Mortal?
Qual?
Adoçado demais? Não.
Amargo demais? Passo.
Morno.

Em momentos de distração,
vejo pássaros pela janela.
Esqueço do frio, que me afasta
de minha parte fumegante.
Afundando-me em um banho frio,
esqueço do calor estridente,
que queima m’alma.

Morno.
Entre o gelo que fere
e o fogo que consome,
ali está meu ser.
A sutileza de um abrigo.

Nas tardes mornas,
pássaros voam baixo,
o tempo escorre lento,
e o mundo se cala.
Entre começo e fim,
sou morno.

O grito estridente da escolha
cala-se no conforto do talvez.
Céu de quatro horas,
morno.
Ali descanso. Perturbado.

  • Autor: lipinho (Offline Offline)
  • Publicado: 2 de fevereiro de 2025 19:03
  • Comentário do autor sobre o poema: Morno é como me expresso, eu sou morno
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 34
  • Usuários favoritos deste poema: lipinho
Comentários +

Comentários1

  • Maria dorta

    Ainda é tempo de colocar umas achas de lenha e subir teu fogo! É só ter coragem...e Viagra,!

    • lipinho

      Hahaha, bom, será que é necessário sermos quentes ou frios? Ser morno não é má opção, nem para lá nem para cá.



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