Entre o Ficar e o Renascer

Metamorfose


Aviso de ausência de Metamorfose
NO

Minha psicóloga disse, um dia,

que eu morro aos poucos,

silenciosamente,

quando permaneço onde dói,

quando me prendo às escolhas

que ontem foram sonhos,

mas hoje são grilhões.

 

Morro um pouco, ela disse,

quando habito o passado,

nas feridas que não cicatrizam,

nas dores que fiz minha morada,

nos ecos das decisões

que não sei esquecer.

 

E percebo, agora,

que morrer assim é escolha,

um consentimento sutil,

um ceder ao peso do ontem.

Mas, talvez, viver também seja escolha,

um salto no escuro,

um partir do lugar que me fere

para algo que me cure.

 

Então, hoje, pergunto ao espelho:

se estou morrendo,

o que me impede de renascer?

 

  • Autor: Metamorfose (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 18 de janeiro de 2025 18:59
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 5
  • Usuários favoritos deste poema: Metamorfose
Comentários +

Comentários1

  • CORASSIS

    "Morro um pouco, ela disse,

    quando habito o passado,

    nas feridas que não cicatrizam,

    nas dores que fiz minha morada,

    nos ecos das decisões

    que não sei esquecer."


    Acho que estou morrendo também um pouco, pois também visito o passado rsrs,
    mas renascer é a alternativa obvia.
    Parabéns nobre poetisa.
    Abraços



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