Aviso de ausência de Metamorfose
NO
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Traí-me por tão pouco,
um sopro de vento,
um eco sem rosto.
Destruí-me no silêncio,
no peso do vazio,
no abismo que criei
com mãos que tremiam.
Por nada vendi minha alma,
uma moeda sem valor,
um desejo sem cor.
E agora, perdida em mim,
pergunto à sombra que restou:
vale tão pouco a essência,
ou é o nada que me consome?
Destruição tão doce,
traição tão amarga.
No fim, sou pó,
e o nada ri.
- Autor: Metamorfose (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 13 de janeiro de 2025 22:10
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 13
- Usuários favoritos deste poema: Marcelo Eduardo de Oliveira
Comentários2
O sentimento de negociar algo que, no fundo, sabemos que é valioso por uma coisa que nos proporciona apenas um alívio imediato, de fato, é frustrante. Colocar esse sentimento em palavras já é alguma coisa interessante, quer dizer que você tem tomado consciência disso, embora, talvez, não seja suficiente para abandonar seus vícios, se for esse o caso, sei bem como é. A sensação que eu tenho, por exemplo, é de que estou sempre fugindo de mim mesmo, nada parece ser o suficiente, esse sentimento de insuficiência e auto sabotagem, não sei se é isso que você quer dizer, se não for o caso, bem, isso quer dizer que falei demais.
Você destacou bem a nuance desse poema, e não falou demais. É verdade que a autossabotagem nos leva à fuga e à sensação de insuficiência. No meu caso, o vício está na escrita; ela me consome, mas também me salva, transformando meus sentimentos em algo concreto. É uma luta constante entre refúgio e enfrentamento, mas, de alguma forma, é onde me encontro.
E o nada ri...ironia profunda!
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