Metamorfose

Por Nada

Traí-me por tão pouco,

um sopro de vento,

um eco sem rosto.

 

Destruí-me no silêncio,

no peso do vazio,

no abismo que criei

com mãos que tremiam.

 

Por nada vendi minha alma,

uma moeda sem valor,

um desejo sem cor.

 

E agora, perdida em mim,

pergunto à sombra que restou:

vale tão pouco a essência,

ou é o nada que me consome?

 

Destruição tão doce,

traição tão amarga.

No fim, sou pó,

e o nada ri.