três dias sem ver-te

Guilherme Freitas

Três dias sem ver-te

 

Já são três dias sem ver-te

Por três vezes os sol nasceu

Três vezes se pôs 

 

O sol brilhou

Mas não havia luz o suficiente

Os pássaros cantaram

Mas estavam desafinados

As estrelas brilharam

Mas não inspiraram 

A brisa soprou

Mas não refrescou

 

Por três dias

Três eternos dias 

Desde aquele sorriso na despedida

Desde a origem da expectativa 

De ver-te novamente

 

Três dias, pensando em ti

Três noites sonhando contigo

Três dias sonhando contigo

Três noites pensando em ti 

 

Poderia aguardar os sete dias

Um ciclo perfeito

Para então escrever-te

Mas quem ousaria pedir à poesia que aguarde? 

 

Confesso que tentei

Mas ela riu de mim 

Meu coração riu de mim

Eles riram de mim

 

Três dias sem ver-te

Três ciclos, três vidas

Três dias

Amanhã serão quatro

 

Quatro dias imaginando o reencontro

A expectativa em ouvir sua voz

Contando suas aventuras 

Neste tempo que, tão eterno, teria seu fim

 

O tempo, seu aliado e meu carrasco

Passa como gotas lentas e pesadas

Tempo ousado, tempo malvado

Me mantendo em cárcere privado

 

 

E se depois forem cinco dias sem ver-te?

E se o sexto dia chegar? 

 

 

Três dias sem ver-te

E agora, quatro dias sem ver-te

Pois já chegou à meia-noite

E insisto em escrever-te

 

Quatro dias sem ver-te...

  • Autor: Guilherme Freitas (Offline Offline)
  • Publicado: 8 de novembro de 2024 23:39
  • Comentário do autor sobre o poema: 23h. O lamento por não vê-la naquele dia e a certeza de que não a veria no dia seguinte, conduziram esse poema que agora compartilho.
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 6


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