Três dias sem ver-te
Já são três dias sem ver-te
Por três vezes os sol nasceu
Três vezes se pôs
O sol brilhou
Mas não havia luz o suficiente
Os pássaros cantaram
Mas estavam desafinados
As estrelas brilharam
Mas não inspiraram
A brisa soprou
Mas não refrescou
Por três dias
Três eternos dias
Desde aquele sorriso na despedida
Desde a origem da expectativa
De ver-te novamente
Três dias, pensando em ti
Três noites sonhando contigo
Três dias sonhando contigo
Três noites pensando em ti
Poderia aguardar os sete dias
Um ciclo perfeito
Para então escrever-te
Mas quem ousaria pedir à poesia que aguarde?
Confesso que tentei
Mas ela riu de mim
Meu coração riu de mim
Eles riram de mim
Três dias sem ver-te
Três ciclos, três vidas
Três dias
Amanhã serão quatro
Quatro dias imaginando o reencontro
A expectativa em ouvir sua voz
Contando suas aventuras
Neste tempo que, tão eterno, teria seu fim
O tempo, seu aliado e meu carrasco
Passa como gotas lentas e pesadas
Tempo ousado, tempo malvado
Me mantendo em cárcere privado
E se depois forem cinco dias sem ver-te?
E se o sexto dia chegar?
Três dias sem ver-te
E agora, quatro dias sem ver-te
Pois já chegou à meia-noite
E insisto em escrever-te
Quatro dias sem ver-te...