Percorro trilhas esquecidas,
isoladas como minha alma em busca,
entre cores e silêncios
onde o tempo revela ecos de nós.
À beira do rio que testemunhou promessas,
as águas sussurram segredos antigos.
Sob meus pés, o solo firme me acolhe,
dissolvendo o peso das memórias,
que como sombras, suavemente se vão.
Sou agora um viajante solitário,
ancorado no desejo de teu olhar,
uma luz que rompe a escuridão,
traçando caminhos de volta a você.
Em cada passo, obstáculos emergem
como lembranças que não se apagam.
Ainda sinto tua presença na brisa,
nos ecos de risos, promessas antigas,
em nosso refúgio sagrado.
Será este o sonho que guardamos,
florescendo em cada fissura da espera?
Se em ti houver desejo,
encontremo-nos sob este céu imenso
onde o tempo cessa, e tudo faz sentido.
Venha, deixe que as águas nos juntem,
que cada onda ressoe
o que um dia foi nosso.
Aqui, neste espaço que é só nosso,
quem sabe, juntos,
podemos redescobrir um lar,
tecendo novas histórias,
fazendo da saudade nosso abrigo.
- Autor: Sezar Kosta ( Offline)
- Publicado: 1 de novembro de 2024 15:57
- Comentário do autor sobre o poema: Sabe quando voltamos a um lugar do passado e parece que cada detalhe ali tem um pouco da gente, como se o tempo tivesse guardado memórias para nos surpreender? Foi mais ou menos assim que me senti em 2014, quando retornei à minha terra natal, e esse poema nasceu dessa experiência quase mágica de revisitar antigas promessas e de querer trazer à vida ecos guardados pelo tempo. Enquanto caminhava por aquelas paisagens e reencontrava velhas trilhas, senti um misto de saudade e renovação. Era como se eu fosse um viajante, vagando entre memórias e desejos de reencontro. O rio que mencionei, por exemplo, não é só um rio: ele viu tantas histórias que, a cada onda, parecia que sussurrava algo do que eu já vivi ali. Talvez seja um pouco disso o que o poema traz — uma tentativa de pegar a saudade e transformá-la num lar, num lugar seguro para o amor. O que você achou? Me conta aí nos comentários, vou adorar saber suas impressões!
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 9
- Usuários favoritos deste poema: Sezar Kosta, Nelson de Medeiros
Comentários1
Bravo, exímio poeta! Teu poema é um colírio para a alma que sente saudade de alguma coisa, de algum lugar que sabe existir nas brumas do passado de aua alma. Nota 10! 1 b
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