Já reparou como somos estranhos integrantes?
Até certo dia éramos dois errantes,
ambos itinerantes,
e naquele dia, tudo foi muito cativante.
Você vem e eu vou, sempre avante.
Você vai e eu venho, sempre hesitante.
Somos um ciclo quase constante,
sempre mudando para um caminho distante.
Só existimos um para o outro, o que não é coerente.
Não há nesse mundo um mundo fora do outro, o que é imprudente.
Ninguém nos vê, e muitas vezes também nós somos ausentes,
mas ao mesmo tempo o pular sempre foi eminente.
Ao tempo que nos é reservado, só fica o passado como descendente,
que, em seu momento, onde era presente,
Parecia ser incansavelmente permanente,
mas se revelou tão surpreendentemente ausente.
As horas passavam e não se notavam. Éramos persistentes.
Os dias eram longos, iguais àquelas madrugadas dormentes,
repletas de diálogos profundos e envolventes,
mesmo quando não trocamos palavras conscientes.
Ninguém imaginava o quanto seríamos iniciantes,
mas, tudo que fazíamos era intrigante.
Era livre, sem controle e estonteante,
era apenas o nosso coração seguindo adiante.
Hoje vejo que não era marcante,
mas sim muito excitante.
Tudo o que parecia ser digno de um verdadeiro amante,
na verdade, era extremamente flamejante.
Agora, ao olhar para o ontem, sinto uma satisfação radiante.
Animo-me com o resultado desta jornada deveras triunfante.
É impossível não notar o quanto você está deslumbrante,
pois enxergo em seus olhos uma felicidade significante.
- Autor: João Pedro Vilela ( Offline)
- Publicado: 26 de outubro de 2024 20:10
- Categoria: Carta
- Visualizações: 8
Comentários1
Admirável poesia em tela. Amei as rimas. LEITURA EXULTANTE!
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.