Procurei a essência de quem sou nas obras de arte, nas pinturas.
Busquei a minha imagem nas paisagens e, também, na solidão que me envolve.
Jamais imaginei que a melancolia pudesse oferecer tanto consolo.
Olhei também para parede na esperança dela me dar uma resposta , uma solução para minha interminável melancolia.
Embora me oferecesse conforto, também esfriou meu peito.
Coloquei ao papel todas minhas dores, anseios e sentimentos , mas mesmo assim , ela não se permitiu abandonar minha alma.
"Permita-me respirar ar puro", digo com desdém.
E da mesma forma , ela foi incapaz de me deixar.
Procurei por distrações ,ocupações para minha mente tão importunada.
E mais uma vez, me perdi na solidão.
No entanto, sem me deixar desanimar, busquei por pessoas que pudessem me ajudar a me livrar desse fardo.
Conheci indivíduos desonestos, que se preocupavam apenas consigo mesmos.
Alguns eram tão repugnantes que me causavam arrepios.
Após essas experiências, comecei a encontrar prazer na minha própria melancolia.
Quem sabe ela não seja tão fria quanto eu imaginava.
Sempre apreciei o frio e o aconchego que ele me proporciona .
Quem sabe encarar essa solidão sozinha não seja tão angustiante assim.
- Autor: Miri ( Offline)
- Publicado: 15 de outubro de 2024 11:57
- Comentário do autor sobre o poema: Muito das vezes lidar com as coisas sozinhos é o que vai nos livrar, nem sempre teremos alguém para ajudar. Aprender a viver consigo mesmo é essencial, mas isso não quer dizer que devemos sempre lidar com as coisas sozinhos, mas sim que sempre devemos olhar pra si mesmo e reconhecer seus próprios limites.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 24
- Usuários favoritos deste poema: Miri
Comentários3
A solidão traz certos inconvenientes mas tem seus gozos também. Saudações Poéticas
Olhei a parede e me proporcionou apoio,
O cotovelo, que dava apoio... A melancolia, dos tijolos que eu falava.
Não a solidão da melancolia, mas a solitude de ter a si mesmo.
A confiança de ser escutado pelos os tijolos e concretos.
Solidificando sem perder a ternura, demarcando os limites.
Das vozes na mente, que nos jogam para baixo...
Cansei dei o soco, descascou o gesso, por baixo da cor azulada, e o cinza do cimento.
Estava sem dinheiro, ficou por algum tempo a ferida em aberto.
A solidão não é de toda perversa! As vezes precisamos dessa intimidade com ela.
Abraços!
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.