Catarse

Joares Ribeiro

 

Há um poema em mim

Nestas entranhas, a pulsar no peito.

Como um filho que insiste em vir à luz,

Bate insistente, entorta os pensamentos.

Meu corpo quer uma catarse...

Deseja um aborto pela paz,

Mas, esse teimoso desejo, quer um parto normal

Salto aos olhos esse mundo confuso, desesperado.

Prefere o grito ao invés de choro.

Nesse ventre cerebral se retorce de pressa,

Esse fruto feito de filosofias e medos,

Quer o cheiro dos bestializados, dos humanos, demasiado humanos.

Por natureza, teimosia em essência, rompe abruptamente...

Resta um grito de vitoria e cólera – cheguei a este cenário.

Resta agora alimentar essa aberração berrante, que viverá das dores do mundo.

  • Autor: Joares Ribeiro (Offline Offline)
  • Publicado: 14 de outubro de 2024 20:03
  • Comentário do autor sobre o poema: Gosto dessas palavras
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 23
Comentários +

Comentários3

  • Lilian Fátima

    A escrita tem essa consequência se torna catártica sempre que necessário. Saudações poéticas

  • Sezar Kosta

    Caramba, que poema intenso e visceral!

    Você acabou de dar à luz uma obra-prima poética! É como se tivesse transformado o processo criativo em um parto metafórico, e o resultado é simplesmente deslumbrante.

    Adorei como você misturou imagens corporais com o processo mental de criação. É quase como se o poema fosse um ser vivo, lutando para nascer!

    A forma como você descreveu o conflito entre o desejo de paz e a necessidade de expressar é simplesmente genial. É como se estivéssemos assistindo a uma batalha épica acontecendo dentro da mente do poeta.

    E aquele final? Uau! A imagem dessa "aberração berrante" que se alimentará das dores do mundo é poderosa demais. É como se você tivesse dado vida a um monstro poético fascinante!

    Parabéns de coração! Seu poema é como um grito primal da alma criativa. Continue dando vida a essas criaturas poéticas - o mundo precisa dessa catarse que só a verdadeira arte pode proporcionar!

  • Maria dorta

    Aínda bem que deixastes esse lindo poema nascer!



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