Vazio eu sou um grande petroleiro aposentado
enferrujando em algum cemitério de navios
Esquecido pelos que servi tão arduamente
em meus tempos de luta contra mares bravios
Singrei oceanos por todo canto desse mundo
De porto em porto, a cada por do Sol, sem cessar
Sempre altivo rompendo incontáveis fronteiras
Ondas, temporais, tsunamis, nada podia me parar
Definho, hoje, apenas uma sombra do que já fui
sendo negligenciado e com cracas a me consumir
As ondas são chibatadas degradando o velho aço
Pouco apouco, incessante, até tudo se consumir.
- Autor: Sanitário Masculino (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 11 de outubro de 2024 10:53
- Comentário do autor sobre o poema: A sensação de inutilidade faz definhar o corpo e a alma. E nada que se tenha orgulhosamente feito protege do descaso e esquecimento. Assim, penso: Estamos cuidando dos nossos "velhos navios" que, tão uteis em outras épocas, estão fadados muitas vezes a morrer sozinhos e esquecidos por aqueles a quem tanto dedicaram-se? Enfim, triste fim!!!
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 49
Comentários2
O obsolência é algo que traz esse tom de mal trato e estrago pelo tempo. Saudações Poéticas
Obrigado Lilian. E o espirito é esse mesmo. A sensação de inutilidade pelo prazo de validade vencido. Eu sei fazer, sei como se faz. Só não consigo mais. Obrigado pelo carinho!!!!
Triste fim se não houver pessoas sensíveis como tu,poeta sensível, pois podes com tua presença, uma visita, tornar feliz e sentir_ se vivente aquele que tu visitante em um abrigo de velhos!
O conhecimento desses mestres, os ensinamentos deles, o quanto são úteis para a sociedade. Tudo deixado de lado pela comodidade dos novos de não querer aprender. A inutilidade sentida não é intrínseca. É colocada pela própria sociedade em decadência. E essa decadência prova que, precisamos aprender mais. E os mestres estão aí. É só perguntar!!!
Obrigado pelo carinho!!!!
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