Vazio eu sou um grande petroleiro aposentado
enferrujando em algum cemitério de navios
Esquecido pelos que servi tão arduamente
em meus tempos de luta contra mares bravios
Singrei oceanos por todo canto desse mundo
De porto em porto, a cada por do Sol, sem cessar
Sempre altivo rompendo incontáveis fronteiras
Ondas, temporais, tsunamis, nada podia me parar
Definho, hoje, apenas uma sombra do que já fui
sendo negligenciado e com cracas a me consumir
As ondas são chibatadas degradando o velho aço
Pouco apouco, incessante, até tudo se consumir.