ENTRE CAFÉ E SONHOS

Sezar Kosta

Na esquina da cidade,

a cafeteria exala aromas e dilemas,

um refúgio de almas em busca,

um abrigo para quem se perde

na batalha entre o sonho e a dura realidade.

 

Você entra, e os olhos se cruzam,

cada cliente carrega sua história,

como sombras dançando sob a luz amarelada.

Um homem de mãos calejadas,

a pressão de expectativas em seu peito,

sonha em ser artista,

mas serve café em silêncio,

moldando sua arte entre xícaras e mesas.

 

Na mesa ao lado,

uma mulher de olhar profundo,

recomeça após o divórcio,

cada gole é uma liberação,

uma respiração em meio ao caos,

um passo firme em direção ao desconhecido.

 

A solidão, você sente,

é uma companhia silenciosa,

mas também um espelho

que reflete o sofrimento,

a urgência de viver com plenitude,

de se abrir para as possibilidades

que cada novo dia oferece.

 

A vida se desdobra em linhas de espera,

cada momento um fio delicado,

e o sofrimento, ah, esse é um trampolim,

um convite à transformação,

uma chance de se reinventar

na dança do existir.

 

Enquanto você toma o último gole,

o café quente desliza pela garganta,

e um sorriso se forma em seus lábios,

consciente de que a verdadeira ousadia

não é a ausência de medos,

mas a coragem de viver cada instante,

abraçando a beleza das pedras no caminho,

das risadas entre as lágrimas,

da autenticidade que se revela

no entrelaçar de vidas.

 

Naquela esquina,

com o sol se pondo no horizonte,

você percebe:

cada escolha é um passo,

cada tropeço, uma lição.

E a vida, em toda sua complexidade,

é um convite a dançar,

um chamado a ser

plenamente você.

  • Autor: Sezar Kosta (Offline Offline)
  • Publicado: 6 de outubro de 2024 16:34
  • Comentário do autor sobre o poema: Ah, a vida! Uma verdadeira montanha-russa de aromas e dilemas. Recentemente, me vi à sombra de uma cafeteria, onde cada xícara de café parecia ter uma história para contar, como se os grãos conversassem entre si sobre os sonhos não realizados de seus clientes. A inspiração para o meu texto veio desse refúgio, onde cada pessoa traz consigo um fardo e uma esperança. E como não se encantar com a beleza do cotidiano, onde até a solidão pode ser um espelho que reflete nossas lutas e triunfos? Estou curioso para saber: o que você achou? Sinta-se à vontade para deixar seu comentário!
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 16
  • Usuários favoritos deste poema: Sezar Kosta, Elfrans Silva
Comentários +

Comentários2

  • Lilian Fátima

    Caro poeta,que primor esse texto. Lendo e apreciando. Sempre tratando dos sentimentos humanos com muito talento. Parabéns

    • Sezar Kosta

      Viver é uma arte, e cada escolha é uma pincelada nesse quadro que estamos sempre moldando.
      Você é um verdadeiro tesouro! Obrigado pelo seu comentário. Que sua vida seja uma coleção de belas histórias, como um livro que nunca queremos fechar.

    • Elfrans Silva

      Sugestão Aos Clientes da
      ESQUINA DO CAFÉ

      Caso estivesse nessa Esquina do Café
      Talvez me intrometesse nalguma vida ai
      Pra jovem descasada, eu diria, 'tenha fé'
      O mundo dará voltas, não queira desistir

      A escolha de uma nova profissão
      Sem saber se dará certo ou se não
      Vale a pena pois a lida é mais paixão

      No amor acho bem mais complicado
      É preciso ter-se muito mais cuidado
      Como dizem: antes só que mal acompanhado
      (elfrans silva)

      Olha eu aí metendo o nariz na vida dos
      frequentadores da Cafeteria da Esquina rsrs
      Legal demais seu poema amigo poeta Sezar..
      Onde tem gente tem dramas.
      E o poeta só observa.
      Forte abraço. Uma semana vitoriosa pra você.

      • Sezar Kosta

        Vi na cafeteria cada cliente trazendo consigo um fardo invisível: a escolha entre o bem e o mal, a decisão de seguir o coração ou a razão. Algumas faces eram familiares, outras desconhecidas, mas todas compartilhavam o mesmo dilema. Uma jovem que anotava sonhos em um caderno surrado e uma senhora que observava o movimento com olhos cansados tinham algo em comum: o anseio por uma vida que, muitas vezes, não corresponde ao ideal que carregam no peito.
        Na verdade, primeiro fiz uma poesia sobre uma Marta que apesar de não conhecer, era assunto numa mesa ao lado, no final optei por fazer outra poesia que é esta que postei. Naquele dia, não fui o Sezar de todo dia voltando à cafeteria, fui o poeta fazendo sua primeira visita, vi diversos versos expostos onde todos dias via apenas parte de minha rotina.
        Obrigado por compartilhar seu olhar sobre o texto! Suas reflexões são como um expresso bem tirado: fortes e estimulantes. Que sua vida seja repleta de boas surpresas!



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