Sezar Kosta

ENTRE CAFÉ E SONHOS

Na esquina da cidade,

a cafeteria exala aromas e dilemas,

um refúgio de almas em busca,

um abrigo para quem se perde

na batalha entre o sonho e a dura realidade.

 

Você entra, e os olhos se cruzam,

cada cliente carrega sua história,

como sombras dançando sob a luz amarelada.

Um homem de mãos calejadas,

a pressão de expectativas em seu peito,

sonha em ser artista,

mas serve café em silêncio,

moldando sua arte entre xícaras e mesas.

 

Na mesa ao lado,

uma mulher de olhar profundo,

recomeça após o divórcio,

cada gole é uma liberação,

uma respiração em meio ao caos,

um passo firme em direção ao desconhecido.

 

A solidão, você sente,

é uma companhia silenciosa,

mas também um espelho

que reflete o sofrimento,

a urgência de viver com plenitude,

de se abrir para as possibilidades

que cada novo dia oferece.

 

A vida se desdobra em linhas de espera,

cada momento um fio delicado,

e o sofrimento, ah, esse é um trampolim,

um convite à transformação,

uma chance de se reinventar

na dança do existir.

 

Enquanto você toma o último gole,

o café quente desliza pela garganta,

e um sorriso se forma em seus lábios,

consciente de que a verdadeira ousadia

não é a ausência de medos,

mas a coragem de viver cada instante,

abraçando a beleza das pedras no caminho,

das risadas entre as lágrimas,

da autenticidade que se revela

no entrelaçar de vidas.

 

Naquela esquina,

com o sol se pondo no horizonte,

você percebe:

cada escolha é um passo,

cada tropeço, uma lição.

E a vida, em toda sua complexidade,

é um convite a dançar,

um chamado a ser

plenamente você.