Na esquina da cidade,
a cafeteria exala aromas e dilemas,
um refúgio de almas em busca,
um abrigo para quem se perde
na batalha entre o sonho e a dura realidade.
Você entra, e os olhos se cruzam,
cada cliente carrega sua história,
como sombras dançando sob a luz amarelada.
Um homem de mãos calejadas,
a pressão de expectativas em seu peito,
sonha em ser artista,
mas serve café em silêncio,
moldando sua arte entre xícaras e mesas.
Na mesa ao lado,
uma mulher de olhar profundo,
recomeça após o divórcio,
cada gole é uma liberação,
uma respiração em meio ao caos,
um passo firme em direção ao desconhecido.
A solidão, você sente,
é uma companhia silenciosa,
mas também um espelho
que reflete o sofrimento,
a urgência de viver com plenitude,
de se abrir para as possibilidades
que cada novo dia oferece.
A vida se desdobra em linhas de espera,
cada momento um fio delicado,
e o sofrimento, ah, esse é um trampolim,
um convite à transformação,
uma chance de se reinventar
na dança do existir.
Enquanto você toma o último gole,
o café quente desliza pela garganta,
e um sorriso se forma em seus lábios,
consciente de que a verdadeira ousadia
não é a ausência de medos,
mas a coragem de viver cada instante,
abraçando a beleza das pedras no caminho,
das risadas entre as lágrimas,
da autenticidade que se revela
no entrelaçar de vidas.
Naquela esquina,
com o sol se pondo no horizonte,
você percebe:
cada escolha é um passo,
cada tropeço, uma lição.
E a vida, em toda sua complexidade,
é um convite a dançar,
um chamado a ser
plenamente você.