O início

Paulo de Tarshish

Olhem todos,

Aqueles que olhos têm para ver.

O Urso devora o Touro Branco,

Rasga as suas entranhas com prazer.

 

Olhem todos,

Aqueles que têm olhos para ver.

O Leão Negro aos Cedros de Sídon pega fogo;

Com gosto vê seus troncos arder.

 

O Tigre é furtivo,

Já mostra os seus dentes.

Rodeada está a ilha de Fuxi;

O Tigre massacrará os inocentes.

 

Onde estão os heróis?

Os deuses calados estão.

Só vejo sangue dos inocentes,

Neste mundo sem razão.

 

A Pérsia se acha vencedora,

Nada tem a perder!

Ciro o Grande está morto,

Ainda não o sabe mas vai saber.

 

Tudo arde!

Tudo queima!

Quem é o rei deste mundo?

É Saturno que aqui reina!

 

Bala após bala,

Perfurado está o amor!

Civilizações caiem,

O ego do homem é o seu Senhor.

 

Do céu já vejo descer o anjo,

Suas asas negras a luz cobrem!

Ele Carrega o sabre de Kali,

Que cairá sobre os que sofrem!

 

Marchem os vivos!

Apodreçam os mortos!

Que o fogo purifique o palco da vida;

Que não restem nem os corpos.

 

Nações caíram!

Deus seja louvado!

Nações são esquecidas!

O futuro está soterrado.

 

O sol torna a nascer,

Mas os olhos não o podem ver.

O nevoeiro é véu que cobre o mundo,

Os homens sufocam com o seu poder.

 

O Leão Negro parecia morto,

Mas agora se levantou!

Sua Águia lhe traz noticias,

Noticias de um mundo que parou.

 

O Urso jaz congelado,

Vai hibernar de barriga vazia.

Matou o Touro Branco,

Mas carne não havia.

 

A Odin resta a ambição.

Ele é guerreiro e caçador!

Deseja o que resta;

É um tirano conquistador!

 

A Viriato nada restou,

El Cid já mal respira;

Escondam-se dos corvos de Odin,

Pois tudo ele mira.

 

Aos Lusitanos além mar,

Escravos da Águia são.

Os Filhos de Quetzalcoatl,

Lutaram em vão.

 

Pelo Encoberto vale esperar,

A esperança viverá!

Deus não abandona o seu povo,

Das cinzas a Fénix Benu renascerá!

  • Autor: Paulo de Tarshish (Offline Offline)
  • Publicado: 5 de outubro de 2024 13:45
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 4


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