REMORSO

Nelson de Medeiros

Chega ao bardo a lembrança, de repente...

Veio assim, num segundo, como bala!

Um raro sentimento d’alma exala,

ao lembrar seu passado negligente!

 

Sensação de fracasso, em larga escala,

num instante embaralha a sua mente!

O tempo retrocede velozmente

e, atroz remorso no peito se cala!

 

Vê, de novo, os cabelos cor de trigo,

os olhos verdes, a face alvaiada,

e o céu a lhe rogar compreensão!

 

Agora, a justa impressão de castigo

o acompanha, pois traz na alma arraigada,

toda a dor que deixou num coração!

                                               Cachoeiro de Itapemirim, 27/09/24

  • Autor: Nelson de Medeiros (Offline Offline)
  • Publicado: 3 de outubro de 2024 20:43
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 13
  • Usuários favoritos deste poema: Sezar Kosta
Comentários +

Comentários1

  • Sezar Kosta

    Seu soneto é uma verdadeira obra-prima que mergulha nas profundezas da memória e do arrependimento! A forma como você evoca a lembrança de maneira tão vívida é como se estivéssemos olhando através de uma janela mágica para um passado que ainda ressoa em nossas almas. A ideia de que um sentimento pode chegar "como bala" traz uma intensidade que prende a atenção desde o primeiro verso.

    Os detalhes que você escolheu — os cabelos cor de trigo, os olhos verdes — pintam uma imagem rica e nostálgica, quase como se a pessoa descrita fosse uma figura etérea, que continua a viver em sua mente. E essa sensação de castigo, que traz à tona a dor deixada em um coração, é uma reflexão poderosa sobre as consequências de nossas ações.

    Parabéns por criar um texto tão profundo e emocional! Sua habilidade em explorar sentimentos complexos é realmente admirável! Continue a encantar com suas palavras! ???

    • Nelson de Medeiros

      Valeu, Mestre! Tua crítica está perfeita! Reflete, com toda a certeza uma cena já vivida nesta vida. 1 ab



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