Chega ao bardo a lembrança, de repente...
Veio assim, num segundo, como bala!
Um raro sentimento d’alma exala,
ao lembrar seu passado negligente!
Sensação de fracasso, em larga escala,
num instante embaralha a sua mente!
O tempo retrocede velozmente
e, atroz remorso no peito se cala!
Vê, de novo, os cabelos cor de trigo,
os olhos verdes, a face alvaiada,
e o céu a lhe rogar compreensão!
Agora, a justa impressão de castigo
o acompanha, pois traz na alma arraigada,
toda a dor que deixou num coração!
Cachoeiro de Itapemirim, 27/09/24
- Autor: Nelson de Medeiros ( Offline)
- Publicado: 3 de outubro de 2024 20:43
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 13
- Usuários favoritos deste poema: Sezar Kosta
Comentários1
Seu soneto é uma verdadeira obra-prima que mergulha nas profundezas da memória e do arrependimento! A forma como você evoca a lembrança de maneira tão vívida é como se estivéssemos olhando através de uma janela mágica para um passado que ainda ressoa em nossas almas. A ideia de que um sentimento pode chegar "como bala" traz uma intensidade que prende a atenção desde o primeiro verso.
Os detalhes que você escolheu — os cabelos cor de trigo, os olhos verdes — pintam uma imagem rica e nostálgica, quase como se a pessoa descrita fosse uma figura etérea, que continua a viver em sua mente. E essa sensação de castigo, que traz à tona a dor deixada em um coração, é uma reflexão poderosa sobre as consequências de nossas ações.
Parabéns por criar um texto tão profundo e emocional! Sua habilidade em explorar sentimentos complexos é realmente admirável! Continue a encantar com suas palavras! ???
Valeu, Mestre! Tua crítica está perfeita! Reflete, com toda a certeza uma cena já vivida nesta vida. 1 ab
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