Nelson de Medeiros

REMORSO

Chega ao bardo a lembrança, de repente...

Veio assim, num segundo, como bala!

Um raro sentimento d’alma exala,

ao lembrar seu passado negligente!

 

Sensação de fracasso, em larga escala,

num instante embaralha a sua mente!

O tempo retrocede velozmente

e, atroz remorso no peito se cala!

 

Vê, de novo, os cabelos cor de trigo,

os olhos verdes, a face alvaiada,

e o céu a lhe rogar compreensão!

 

Agora, a justa impressão de castigo

o acompanha, pois traz na alma arraigada,

toda a dor que deixou num coração!

                                               Cachoeiro de Itapemirim, 27/09/24