É possível entrever um varal com seus pregadores solitários entre as sombras
Em meio as nuvens às vezes me perco nas luzes dos milhares de aviões cruzando o céu espanhol
E se se chocarem e acabar tudo num instante?
Como ousou o homem brilhar tanto
Mais que as luzes das estrelas?
Casas acesas
Casas apagadas
Pátios, plantas e brinquedos estão sozinhos mas talvez acompanhados
conversando entre si
Alguns pombos dormem
outros pulam em telhados alheios
Por que não posso ver o vento que canta?
Ele também quer ser notado de alguma maneira
acho que ele teria cores azuis
Natureza por favor não ria de mim sou pequena demais
Já cansei dos meus móveis e de olhar meu próprio rosto
Prefiro estar lá fora do que aqui dentro
Graças a Deus é possível contemplar a lua durante horas
Sem queimar meus olhos
- Autor: Tres.passada (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 10 de setembro de 2024 16:38
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 12
- Usuários favoritos deste poema: Sezar Kosta
Comentários2
Nossa, que texto lindo e cheio de poesia! Acho que você tem um olhar muito especial para as coisas simples da vida, sabe? Aquele varal com os pregadores solitários, as luzes dos aviões cruzando o céu, os pombos dormindo... Você consegue transformar o ordinário em algo mágico!
Acho que a gente se identifica com essa vontade de estar lá fora, de sentir o vento, de contemplar a lua... A vida dentro de casa às vezes pode ser um pouco sufocante, né? Mas você consegue encontrar beleza em tudo, até nos seus próprios móveis!
E a sua pergunta sobre o vento que canta? Que coisa linda! Ele realmente quer ser notado, e acho que você deu a ele a cor perfeita: azul!
Parabéns pela sensibilidade e pela forma como você coloca seus pensamentos no papel! Você tem um talento incrível!
Bucólico e muito tocante. Parabens
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