Abri meus olhos e pensei...
Isto é um sonho ou é real?
Porque eu olhei em volta no meio desta escuridão, e me senti como se estivesse num pesadelo sem fim. Num loop infinito.
Mas não é sobre os "não principes que não vêem de cavalo branco." Não é somente sobre eles. É sobre todos.
Isso nunca mudou. Desde quando eu ainda via o mundo de forma doce e acreditava cegamente que a humanidade era boa e inocente.
Desde então ela se aproximou, encostou e parece que está disposta a nunca mais ir embora.
Dizem que o ser humano é uma espécie social... Que necessita se socializar. Nem que seja meias palavras trocadas.
Eu sinceramente concluo então que o ser humano é uma espécie idiota.
Mas no fundo...
Isso é a razão contra o coração.
Isso é eu tentando fazer o pensamento se tornar sentimento.
E as vezes, me pego por um breve momento, percebendo que talvez isso nunca terá fim.
Será que eu vou pra sempre tentar me convencer de que essa maldita solidão é minha amiga e não inimiga?
É que dói menos...
Quando eu a abraço e me conformo. Quando eu não tento fazer ela ir embora.
Dói menos...
Porque a dor de se sentir só nunca foi embora, porque ela se tornou a minha vingança. Se tornou minha arma e meu escudo.
Assim, quando alguém ou algo vai embora, eu não choro mais. Quando alguém me decepciona, quando eu perco algo.
A frieza da solidão se instalou sobre meu coração, criou raízes. E essas raízes fizeram todo o mundo, exceto algumas exceções das quais eu conto no dedo, e que eu jamais revelarei o número, que exceto elas, me fizeram ver o próximo como um meio de sobrevivência e utilidade.
E eu não me culpo. Não mesmo! Como eu disse essa é a minha vingança. É a minha ação e reação. É o meu modo de conviver com tudo isso.
Com cada decepção do passado que me moldou aos poucos e cada vez mais com mais profundidade, como uma tatuagem.
A frieza é a minha resposta, as consequências da solidão são a minha vingança. Um grande olhar de nada, uma boca calada. Um pensamento de "você foi útil enquanto durou."
Mas apesar disso tudo que confesso, a solidão continua doendo.
É só uma consequência usada como escudo. Porque no fundo mesmo, eu ainda sou um ser humano idiota.
- Autor: Jéssica A. ( Offline)
- Publicado: 7 de setembro de 2024 09:15
- Comentário do autor sobre o poema: Este poema fala sobre a solidão. Sus consequências, suas raízes criadas,de como acabamos a abraçando e da dor que ela aflinge.
- Categoria: Triste
- Visualizações: 12
Comentários2
Bem haja! Muita luz, paz, amor, saúde. Nos seus caminhos pela vida!
Obrigada, para vc tbm.
Olá poetisa Jéssica A! Confissões é um poema pérola de profunda subjetividade, que tem uma centralidade no verso: "Isso é eu tentando fazer o pensamento se tornar sentimento". Pois, pensamento é um processo cognitivo, que pode acontecer e sentimento é um processo de tomada de decisões. "Assim, quando alguém ou algo vai embora, eu não choro mais". Aí está o "Eu Lírico" do poema, ou seja, voz que expressa a subjetividade do poeta, pela qual o mundo exterior se converte em vivência interior. Meus aplausos a você, pelo belo poema.
Muito obrigada pelo elogio. Fico feliz que alguém que entenda avalie meu poema e goste. Acho que o segredo está em escrever com sentimento, de forma profunda.
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