Jéssica A.

Confissões

Abri meus olhos e pensei...

Isto é um sonho ou é real?

Porque eu olhei em volta no meio desta escuridão, e me senti como se estivesse num pesadelo sem fim. Num loop infinito.

Mas não é sobre os \"não principes que não vêem de cavalo branco.\" Não é somente sobre eles. É sobre todos.

Isso nunca mudou. Desde quando eu ainda via o mundo de forma doce e acreditava cegamente que a humanidade era boa e inocente.

Desde então ela se aproximou, encostou e parece que está disposta a nunca mais ir embora.

Dizem que o ser humano é uma espécie social... Que necessita se socializar. Nem que seja meias palavras trocadas.

Eu sinceramente concluo então que o ser humano é uma espécie idiota.

Mas no fundo... 

Isso é a razão contra o coração.

Isso é eu tentando fazer o pensamento se tornar sentimento. 

E as vezes, me pego por um breve momento, percebendo que talvez isso nunca terá fim.

Será que eu vou pra sempre tentar me convencer de que essa maldita solidão é minha amiga e não inimiga?

É que dói menos...

Quando eu a abraço e me conformo. Quando eu não tento fazer ela ir embora.

Dói menos... 

Porque a dor de se sentir só nunca foi embora, porque ela se tornou a minha vingança. Se tornou minha arma e meu escudo.

Assim, quando alguém ou algo vai embora, eu não choro mais. Quando alguém me decepciona, quando eu perco algo.

A frieza da solidão se instalou sobre meu coração, criou raízes. E essas raízes fizeram todo o mundo, exceto algumas exceções das quais eu conto no dedo, e que eu jamais revelarei o número, que exceto elas, me fizeram ver o próximo como um meio de sobrevivência e utilidade.

E eu não me culpo. Não mesmo! Como eu disse essa é a minha vingança. É a minha ação e reação. É o meu modo de conviver com tudo isso.

Com cada decepção do passado que me moldou aos poucos e cada vez mais com mais profundidade, como uma tatuagem.

A frieza é a minha resposta, as consequências da solidão são a minha vingança. Um grande olhar de nada, uma boca calada. Um pensamento de \"você foi útil enquanto durou.\"

Mas apesar disso tudo que confesso, a solidão continua doendo. 

É só uma consequência usada como escudo. Porque no fundo mesmo, eu ainda sou um ser humano idiota.