DA NARCOSE A INSPIRAÇÃO

Carlos Lucena

DA NARCOSE A INSPIRAÇÃO

Abro a janela
E preciso descortinar os umbrais das portas mudas.
Meu coração está frio
Preciso descongelar o sangue
E tirar as nuvens
Que encobrem as névoas pálidas das minhas veias.
A ânsia seca do peito vazio me enerva o cérebro e, da janela procuro a inspiração
Que ainda não pari.
De vez em quando aborto
Palavras estranguladas
Pela secura de versos que não escrevi .
Mas da janela observo Noites
Dias
Flores
Luas e sois
Pássaros
Cores
Amores.
Enfim, descongela-se
Tudo que parecia imutável.
E o transe cataléptico
E sua narcose
Se dispersa
Aí gesto a poesia
Que não nascia!

 

  • Autor: Carlos (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 15 de julho de 2020 11:44
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 8
Comentários +

Comentários2

  • Hébron

    "...
    Aí gesto a poesia que não nascia!"
    Você é um paridor de belas criações!
    Abraço!

  • Ema Machado

    E que "parto"... Parabéns poeta! Maravilhosa obra.



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