reparem como nos olham infelizes
as bolas que nunca foram quicadas
e as bonecas distantes das crianças
havia um espaço de cores sonhado
de gramados, de quadras e de chão
e agora acordam num mundo pardo
murchando em caixetas de papelão
por fora, têm as vestes desbotadas
e mecanismo de piscadas, em vão
por dentro, só as frases esquecidas
é sorte delas não trazerem coração
são tais quais os poemas solitários
fadados ao descaso: triste condição
compostos de seus tantos sentidos
que só com a releitura se revelarão
prefeririam tê-los incompreendidos
que suportarem tamanha desolação
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 13/08/24 --
- Autor: Antonio Luiz ( Offline)
- Publicado: 13 de agosto de 2024 14:13
- Comentário do autor sobre o poema: Esse texto é um apelo para que os poemas genuínos sejam lidos e relidos. Muitas vezes, perdemos o interesse em um produção por conta de uma visão enviesada, e não nos permitimos buscar maior aproximação com o(s) sentido(s) que o autor colocou nela. Obs.: esse apelo, no todo ou em parte, não se aplica aos poemas plagiados ou construídos com recursos de inteligência artificial, que estão se tornando cada vez mais comuns aqui e em outros fóruns, que nos desestimulam e representam um ultraje à nossa arte.
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 7
Comentários1
Poema essencial e belíssimo!!!!
Temática super importante que foi abordada com maestria, querido Antonio.
Abraços!
(é sempre um prazer te ler)
Querida poeta e amiga Letícia,
Não sou capaz de julgar até que ponto eu sou merecedor dessa tua declaração ("é sempre um prazer te ler"), mas ela traz uma energia tão boa, tão intensa, tão revigorante, que eu espero que ela me acompanhe e que a tenha por perto em qualquer dimensão.
Um grande abraço.
Espero o mesmo e que essa sensação sublime inspire mais poemas seu!
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