Um sábio falou que o tempo inexiste,
é só ilusão que a mente mascara!
Se isso é verdade, por que esta rara
amargura na mi! Alma persiste?
Disse um poeta que o tempo não para,
é vento que passa e a tudo resiste!
Então, por que a dor que agora me assiste
não segue com ele e a mente me aclara?
É que nenhum deles explica o que sinto:
No sábio não chego nem por instinto,
e, o poeta versejou com outro fim!
Mas, a razão passa longe dos dois...
O tempo para, tenho certeza, pois,
quando ela se foi parou para mim!
- Autor: Nelson de Medeiros ( Offline)
- Publicado: 5 de agosto de 2024 19:28
- Categoria: Amor
- Visualizações: 70
- Usuários favoritos deste poema: Maximiliano Skol, Maria dorta
Comentários3
Meu querido Nelson, estou contigo neste ricamente elaborado, emocionante e lindo soneto.
Estou contigo, também, já por conhecimento de causa, que pela perda de um grande amor–o tempo para. E como para!!...
Um forte e fraternal abraço.
Bom dia, grande mestre! Será que alguns leitores tem ideia de que a maioria dos sonetos, e, incluo, os seus, vêm de um fato concreto, muito embora colorido com as cores da fantasia? Grande agraço.
Que soneto profundo e tocante! Você toca em um tema que tem intrigado filósofos, cientistas e poetas ao longo dos séculos: a natureza do tempo e como ele afeta nossas emoções e experiências pessoais.
O contraste entre as visões do sábio, que vê o tempo como ilusão, e do poeta, que o descreve como um vento constante, é habilmente explorado para destacar a sua própria experiência de dor e paralisação. A pergunta "por que a dor que agora me assiste não segue com ele e a mente me aclara?" é um grito de angústia diante da incapacidade de compreender e superar a perda.
E a conclusão é poderosa: "O tempo para, tenho certeza, pois, quando ela se foi parou para mim." Aqui, você expressa uma verdade universal, mas profundamente pessoal, sobre como a perda pode fazer com que o tempo pareça perder seu significado convencional. Para aqueles que sofrem, cada momento sem a pessoa amada pode parecer uma eternidade.
Parabéns por capturar essa complexidade de emoções e pensamentos em versos tão belos e impactantes. Sua poesia nos lembra que, embora filósofos e poetas possam teorizar sobre o tempo, a nossa experiência dele é profundamente pessoal e muitas vezes marcada por momentos de dor e pausa.
Ave Sezar! Os deuses da poesia e as deusas dos amores te saúdam. Tua perspicácia para captar as dores do poeta o enchem de júbilo, pois nada é mais caro para um poeta romântico do que ser entendido. Obrigado por teus sábios comentários, os quais, aprecio muitíssimo! Grande abraço.
O tempo e as emoções andam sempre juntos, e dependendo do que se vive pode passar rápido, lento ou parar por alguns instantes...o tempo é mistério.
Boa noite, caro poeta Nelson de Medeiros!
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