Nasci menino, pequenino,
talvez fino. Não me vi,
mas eu nasci.
E noite afora foi embora
a madrugada. Sem estrela,
sem rei mago, o local
uma tapera.
Lavrador e carpinteiro
foi meu pai. Mas era
Antônio, e ninguém era
José.
De Maria minha mãe não
tinha o nome, mas a fome
perseguia tal família.
E fugiram, num jumento
de seis rodas, para a terra
prometida de São Paulo.
O paizão ganhou terreno
para eterno descansar.
E a viúva, quanto pode,
aos seus órfãos deu a luz,
deu primeira comunhão
e falou-lhes de Jesus.
Jair Zabotini
- Autor: Jair Zabotini ( Offline)
- Publicado: 1 de abril de 2020 13:26
- Comentário do autor sobre o poema: É homenagem a minha mãe, já falecida, mas já foi publicada enquanto viva.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 39
Comentários2
Muito linda homenagem! Parabéns.
Qualquer homenagem se faça às mães serão sempre lindas.
1ab
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