Era filha de mãe solteira, que deixou de estudar pra trabalhar e dar o que comer a criança, que depois de crescida jurou que sua vida seria diferente da vida da mãe. Estudaria, faria faculdade, seria alguém importante.
Mas então conheceu um jovem e por ele se apaixonou e jurou que seriam felizes, porque ele a amava e a tratava como uma princesa. Cuidava dela, tomava as decisões por ela, assim ela não precisava se preocupar com nada e até adivinhava seus pensamentos. Quando ela engravidou, ele não fez como seu pai, que sumiu, ele a levou para morar com ele na pequena casa que ele dividia com sua mãe e mais dois irmãos. Não era exatamente como ela tinha sonhado mas ela estava feliz.
Quando a barriga estava muito grande ele achou melhor que ela abandonasse a escola, afinal, era muito cansativo e o bebê poderia nascer a qualquer momento. Mas depois voltaria, claro! O bebê nasceu, ela nunca mais voltou pra escola, não trabalhava, ele não permitia, afinal, teria que ganhar um excelente salário pra valer a pena deixar o pequeno com alguém, mas sem estudo, só teria pequenos trabalhos com salários mínimos. Achou melhor deixar pra lá.
Cada vez que precisava de algo, pedia ao jovem marido que nem sempre podia dar, pois ganhava apenas o sufuciente para o sustento básico da família. E com o tempo, ele passou a se irritar cada vez que ela lhe pedia algo. E pra não precisar ouvir as "lamentações" da esposa, saia do trabalho e ficava no bar até altas horas e quando chegava em casa, a esposa e o filho já dormiam. E assim, seguiram a vida: Ele fugindo e oferecendo migalhas, enquanto ela se lembrava de quando sonhava em ter uma vida diferente da vida que a mãe teve.
(Gi Oliveira)
- Autor: Gi Oliveira (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 14 de julho de 2020 20:24
- Comentário do autor sobre o poema: Pra hoje, resolvi escrever um conto.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 7
Comentários3
Um conto do cotiddiano que ocorre , lamentavelmente, muitas vezes;
1ab
Pois é Nelson e a pergunta que não cala é: Porque as mulheres estão sempre aceitando migalhas quando sonham com o pão inteiro??
Juro que não sei, menina, mesmo porque sempre dei o pão inteiro prá elas. rs
1ab
Um conto triste da vida real tão comum... Conto bem contado!
Abraço
Um conto fatídico, quantas mulheres caem no círculo acreditando que será diferente... É triste...
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