Minha casa coração, versos de uma canção em tempos de pouca poesia;
Densidade no clima que retarda meu abraço, me evita o passo, precipita-me o choro, embarga-me a voz;
Visgo da revolta que não afina a razão, cegueira da paixão das tropas, dos muitos em carreira com sua prepotente convicção, loucura da coerência;
Em cores pintadas para a sensatez, bizarrices da pseudo sabedoria, arte abstrata da estupidez, produto insano;
Rimas caladas por maioria risonha, minas camufladas em campos verdejantes, alegria bisonha, dor eufórica;
Terra seca, mata no chão, mata no chão, outorga sem reservas, sem opinião, canto mudo de pássaro sem voo;
Minha casa coração, versos de uma canção em tempos de pouca poesia...
- Autor: Hébron (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 14 de julho de 2020 14:51
- Comentário do autor sobre o poema: Texto de desabafo escrito em 28/10/18, diante de uma decepção sobre um resultado (eleição presidencial) que correspondeu em mais atraso social, que me causou uma certa revolta...
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 28
- Usuários favoritos deste poema: Samuel SanCastro
Comentários7
E por incrível que pareça, é na dor dos adeuses e solidão que brotam de nós os mais belos poemas. Pouca poesia, é verdade, mas mesmo assim, ela está presente. Lindo, Hébron. Parabéns!
Quando as emoções se agitam, a inspiração também se agita...
Obrigado pelo comentário generoso, poetisa.
Abraço
Lindo texto poético. Parabéns.
Muito obrigado, poetisa!
Como sempre, poeta, teus versos são sempre bem dirigidos.
1 ab
Obrigado, Nelson!
Abraço
Melodioso, popular, com um Q de choroso, um Q de brasileiro, um ar trigueiro, quiçá esperançoso de voltar aos versos cheios de poesia e de tempos melhores... ah! Chegue logo o dia!
Tô contigo, habilidoso poeta... Tô contigo nesses tempos de escassa poesia.
Muito obrigado, caro poeta amigo!
Fico feliz que tenha gostado!
Abraço
Caro Hébrom, quanta sensibilidade poética nesta narrativa solitária, ainda que em casa. Identifiquei-me com a mensagem. Mais uma vez Parabéns por vossa Poesia, caro Poeta.
Muito obrigado, Meno, pelo gentil e generoso comentário. É um incentivo valioso. Esse desabafo, na época, foi de lamentação ao anúncio desses tempos tão sombrios...
Mas a esperança é o vento que sopra as velas dessa minha embarcação...
Abraço
Nunca é tarde para celebrar,aplaudir de pé, um suspiro( mesmo revoltoso) poético,feito com alma,emoção, mestria! Estou contigo na revolta e sempre aurindo teu talento poético!
Obrigado, querida Dorta!
..."Minha casa coração, versos de uma canção em tempos de pouca poesia"...
Que versos lindos Hebron!
Parabéns!
Obrigado, Shimul! Versos em um momento de emoção aflorada.
Abraço
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