Amanhã

CORASSIS



Hoje eu estou rindo da vida 
esbanjando tempo, gastando pantufas sobre um chão 
com cerâmica esverdeada, 
apimentando momentos
seja nas paixões mal resolvidas
nos pratos quentes de inverno
alimentos nutritivos

Mas amanhã talvez seja a
vida que vai rir dos meus trajes 
dos meus movimentos limitados
Um balaio de gato e confusão mental
um rosto flácido será o meu salário
com juros monetizados de saudade e solidão


O juízo que hoje faço de tudo a qual diz para ter orgulho
amanhã me fará triste 
com poucos dentes e sem paladar adequado para tocar nos doces,
lembrança bem viva, da feira aos sábados da minha vila
aditivos direto para felicidade   
será tempo de açoites e mais saudades
de louças mal lavadas de visão ofuscada
e de filhos protegidos ou não pelo mundo

Já a imparcialidade é um pacote sem novidades
de pés cansados à procura 
de um tostão de felicidade 
tempo de tornados, guerras inventadas por homens
crianças menos à vontade!
Mas lembrei de uma profecia:
deixai vir a mim as criancinhas!
Com lanternas acesas e permanentes 
iluminando o caminho da esperança.

  • Autor: CORASSIS (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 15 de julho de 2024 00:24
  • Comentário do autor sobre o poema: Imagem de S. Bartels por Pixabay
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 10
Comentários +

Comentários1

  • Maria Ventania

    Está muito rica de imagens a tua poesia, ela é um turbilhão de sentimentos: - Psicodélicamente maravilhosa, adorei!!! Beijão ao meu mestre poeta.



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