Hoje eu estou rindo da vida
esbanjando tempo, gastando pantufas sobre um chão
com cerâmica esverdeada,
apimentando momentos
seja nas paixões mal resolvidas
nos pratos quentes de inverno
alimentos nutritivos
Mas amanhã talvez seja a
vida que vai rir dos meus trajes
dos meus movimentos limitados
Um balaio de gato e confusão mental
um rosto flácido será o meu salário
com juros monetizados de saudade e solidão
O juízo que hoje faço de tudo a qual diz para ter orgulho
amanhã me fará triste
com poucos dentes e sem paladar adequado para tocar nos doces,
lembrança bem viva, da feira aos sábados da minha vila
aditivos direto para felicidade
será tempo de açoites e mais saudades
de louças mal lavadas de visão ofuscada
e de filhos protegidos ou não pelo mundo
Já a imparcialidade é um pacote sem novidades
de pés cansados à procura
de um tostão de felicidade
tempo de tornados, guerras inventadas por homens
crianças menos à vontade!
Mas lembrei de uma profecia:
deixai vir a mim as criancinhas!
Com lanternas acesas e permanentes
iluminando o caminho da esperança.