O POETA E A POETISA

Sezar Kosta

Era uma vez um reino de poesia,

cuja imaginação habitava as casas

e povoava as ruas e avenidas de versos,

enquanto as tristezas se viam reversas.

Numa rua chamada Felicidade,

na esquina, pessoas recitavam suas rimas

em rituais de revezamento de estrofes.

 

Neste clima,

cresciam meninos e meninas,

todos sonetos descendentes de poemas épicos,

trovavam seus cantos e encantavam os visitantes futuros,

também os de agora e de antes.

Numa vila de poemas profundos

e temas diversos,

eis que veio ao mundo

o relato poético que agora revelo.

 

O poeta cresceu sem medo,

olhou ao vento que conduz a seta bem talhada do cupido,

desafiou com o olhar o anjo do amor

e numa disputa de rimas

foi travada a batalha entre a palavra e o sentimento.

Findado o embate,

sucumbiu o poeta ferido,

cuja flecha no peito sangrava

os prantos de um coração recém-atingido e apaixonado.

 

Na outra rua,

a poetisa do pomar provedora,

amiga das rosas, margaridas e cravos,

fincava novas sementes das mais belas flores,

perfumando todo o jardim.

Sem perceber, estava sob a mira de um poeta cego de amor,

cuja figura agora o inspirava

um mundo de cores vivas e brilhantes.

 

Ambos se viram e se enamoraram,

entre trovas e versos,

as palavras fluíam

de um para uma,

de uma para um,

formando um poema apaixonado e crescente.

Tão longo verso

logo chamou a atenção dos moradores do reino da poesia,

o então poema, agora já era uma prosa em forma de romance.

 

Esta história continuou a crescer

e todos os dias poeta e poetisa

acrescentavam novas estrofes do verdadeiro amor,

num testemunho sem fim

cuja narrativa preencheu de versos felizes

a vida da autora e do autor.

  • Autor: Sezar Kosta (Online Online)
  • Publicado: 14 de julho de 2024 08:25
  • Comentário do autor sobre o poema: Seja bem-vindo! Escrever este poema foi como um passeio em um parque de diversões literário, onde as palavras dançam e os versos brincam de esconde-esconde! Como uma colcha de retalhos feita de versos, onde cada pedacinho conta uma história de amor pela palavra. É um mundo mágico onde a poesia não é apenas uma forma de arte, mas o próprio ar que todos respiram! A inspiração? Digamos que minha imaginação decidiu fazer uma festa à fantasia e todos os personagens vieram vestidos de poemas! Na verdade, gostaria de poder dizer que a inspiração veio de um sonho encantado onde Cupido decidiu trocar suas flechas por canetas, e o resultado foi este reino onde todos falam em rimas e metáforas. Seria como se tivesse mergulhado em um tinteiro de imaginação e emergido com esta história. Mas o poema nasceu da inspiração vinda das trocas de comentários de um talentoso poeta e uma talentosa poetisa, achei tão maravilhoso que pensei em fazer um poema de um casal poético. No poema brinco com a ideia de que o amor e a poesia são inseparáveis, como se fossem duas faces da mesma moeda. Temos um poeta que é atingido pela flecha do amor (ou seria pela ponta afiada de um lápis?) e uma poetisa que cultiva flores (seriam elas flores de papel com poemas escritos nas pétalas?). O poema mistura elementos de contos de fadas tradicionais com um cenário totalmente inusitado. É como se Romeu e Julieta tivessem renascido em um mundo onde todos são Shakespeares em potencial! Que tal compartilhar sua opinião? Você já se sentiu como se vivesse em um poema? Ou talvez você tenha sua própria história de amor que poderia ser transformada em versos? Quem sabe você pode inspirar poemas!
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 18
  • Usuários favoritos deste poema: DAN GUSTAVO
Comentários +

Comentários3

  • DAN GUSTAVO

    Lindíssimo, Sezar...!Muito bom esse seu metapoema em homenagem mais que merecida a própria poesia essa arte tão inspirada em suas tão belas letras! E esse reino distante, a princípio só ao alcance dos bardos, seria o ideal para esse mundo tão necessitado de mais amor e logo, mais poesia! Um 'ateneu' ou sarau em cada praça... ah, como eu queria! Um bom dia e domingo, e mais uma vez, parabéns, meu irmão em letras!

    • Sezar Kosta

      Meu caro amigo em letras,

      Que alegria imensa receber seu comentário tão gentil e cheio de poesia! Parece que você mergulhou fundo no meu "Reino da Poesia" e se encantou com a história do poeta e da poetisa, e eu, confesso, fiquei completamente encantado com a sua interpretação!

      Acho que você acertou em cheio ao chamar de "metapoema", pois a ideia era mesmo celebrar a própria poesia, essa arte mágica que nos leva a mundos distantes e nos faz sentir tantas emoções. E que tal um "ateneu" ou um sarau em cada praça? Que sonho maravilhoso! Seria um verdadeiro paraíso para os amantes da poesia, um lugar onde as palavras fluiriam livres e o amor se espalharia como perfume de rosas.

      Agradeço de coração pelas suas palavras e pela sua amizade. Que a poesia continue a nos inspirar e a nos conduzir a um mundo melhor! Um abraço quente e um bom domingo para você também!

    • Nelson de Medeiros

      Bom dia, caro escritor. Faço minhas as palavras do poeta Dan. Um luxo é i teu texto. Grande abraço.

      • Sezar Kosta

        Que gentileza, meu caro! Fico muito feliz que você tenha apreciado o poema e que tenha se conectado com a história do poeta e da poetisa. É sempre gratificante saber que as palavras tocam o coração de outras pessoas.

        Agradeço imensamente pelo seu comentário e pelas suas palavras de carinho. Um abraço caloroso para você também!

      • Maria dorta

        O Dan fez argutas observações e quase uma exegese do poema onde,ao que parece aos que lêem o poeta Melancolia, algo aconteceu entre dois poetas de MLP,inspirados, tocados pelo Cupido fazem troca de poemas e acabam presos nas malhas finas do Amor. Parece até enredo de filmes mexicanos rsrs mas, essa quimica exibida nos poemas deixa'_nos a tecer elucubrações e faz desafios a nossa imaginação rsrs Algo a ser melhor analisado pelo arguto Sherlock Holmes!

        • Sezar Kosta

          (risos) Na verdade, minha querida poetisa, nem tanto mistério há assim, realmente fiquei encantado com a troca de carinho entre Melancolia e Bela Flor, nascendo assim a inspiração deste poema. Vejo beleza nas demonstrações de afeto, pois é mais fácil ver hostilidade que amabilidade hoje em dia. Adorei sua citação de Sherlock Holmes, mas a tempos atrás fiz uma saga de poemas de sobre um personagem chamado Detetive Poeta, mas me inspirei na época em Hercule Poirot de Agatha Christie.

          Como poeta, acredito que apesar da poesia também pode ser usada para propagar críticas sociais, políticas ou mesmo defesa de ideias adversas, sou a favor de propagar sentimentos bons. Assim nasceram dois poemas, este e o Reino da Poesia, como não via sentido em publicar ambos que falam do mesmo tema, escolhi um.

          Obrigado por sua maravilhosa visita ao meu poema, é gratificante receber comentários de outros colegas poetas.

          • Maria dorta

            Ok. Elogios são merecidos. Gosto de dar a César o que é de César kkk você extrapola em qualidade poética!



          Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.