Era uma vez um reino de poesia,
cuja imaginação habitava as casas
e povoava as ruas e avenidas de versos,
enquanto as tristezas se viam reversas.
Numa rua chamada Felicidade,
na esquina, pessoas recitavam suas rimas
em rituais de revezamento de estrofes.
Neste clima,
cresciam meninos e meninas,
todos sonetos descendentes de poemas épicos,
trovavam seus cantos e encantavam os visitantes futuros,
também os de agora e de antes.
Numa vila de poemas profundos
e temas diversos,
eis que veio ao mundo
o relato poético que agora revelo.
O poeta cresceu sem medo,
olhou ao vento que conduz a seta bem talhada do cupido,
desafiou com o olhar o anjo do amor
e numa disputa de rimas
foi travada a batalha entre a palavra e o sentimento.
Findado o embate,
sucumbiu o poeta ferido,
cuja flecha no peito sangrava
os prantos de um coração recém-atingido e apaixonado.
Na outra rua,
a poetisa do pomar provedora,
amiga das rosas, margaridas e cravos,
fincava novas sementes das mais belas flores,
perfumando todo o jardim.
Sem perceber, estava sob a mira de um poeta cego de amor,
cuja figura agora o inspirava
um mundo de cores vivas e brilhantes.
Ambos se viram e se enamoraram,
entre trovas e versos,
as palavras fluíam
de um para uma,
de uma para um,
formando um poema apaixonado e crescente.
Tão longo verso
logo chamou a atenção dos moradores do reino da poesia,
o então poema, agora já era uma prosa em forma de romance.
Esta história continuou a crescer
e todos os dias poeta e poetisa
acrescentavam novas estrofes do verdadeiro amor,
num testemunho sem fim
cuja narrativa preencheu de versos felizes
a vida da autora e do autor.