a beleza se esconde nas miudezas
sob os cacos esquecidos do quintal
nas flechas lançadas pelos arco-íris
e no broche confiado pela joaninha
pra ornar o véu da noiva do pulgão
existe nela um estado de abandono
onde um cego de razões é soberano
pra desenhar no ar um poema torto
é preciso avoar tonto feito besouro
pois encanto é dom da simplicidade
é tal palavra inventada que nos leva
ao sorriso festivo dos dentes de alho
à doçura do chulé do pé de moleque
ao laço de fita da menina dos olhos
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 09/07/24 --
- Autor: Antonio Luiz ( Offline)
- Publicado: 9 de julho de 2024 15:28
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 9
- Usuários favoritos deste poema: Letícia Alves
Comentários2
Lindo! A sensibilidade em ver e sentir os aromas exóticos dos pés de moleques. Os detalhes da vida, aqui belamente catalogados!
O poeta se revela um observador atento, aos movimentos dos pequeninos e graciosos viventes.
Abraços!
Caro poeta e amigo Shmuel,
Os teus comentários enriquecem o meu trabalho e são um grande incentivo para continuar: muitíssimo obrigado!
Um abraço.
Um poema que me lembrou à escrita maravilhosa e “descabida” do mestre Manoel de Barros.
Mais que belo!!!
Abraços, querido poeta.
Querida poeta e amiga Letícia,
Fico muito feliz quando alguém nota em mim algum desses "descabimentos": eu sou fã incondicional do nosso querido Manoel de Barros.
Grato pela gentileza da leitura e pelos amáveis comentários!
Um grande abraço.
Também sou uma grande fã desse pintor de palavras!!
Adorei o ótimo gosto haha
Abraços!!
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