A paixão sempre vem dum devaneio
E, quando chega, embota o raciocínio!
Para estancar a dor deste fascínio,
Já se valeu de tudo e todo meio!
Mas, mesmo contida, fica o receio
Dela buscar outra vez seu domínio!
O medo insano deste predomínio
Dentro d’alma é terrivelmente feio!
Por isso, tal sentimento é mistério,
Que cabe inquirir quem é o culpado
Por esta dor imoral, insensata:
A Musa, que atiça o amor deletério?
Ou o vate, que tolo e obcecado,
Revive sempre a ilusão que o maltrata?
- Autor: Nelson de Medeiros ( Offline)
- Publicado: 16 de junho de 2024 11:18
- Categoria: Amor
- Visualizações: 40
Comentários3
Arrasando poeta! A paixão é insensata e tão boa ao mesmo tempo, que fica a pergunta mesmo: o que abastece ou é abastecido? Ou os dois, ou ninguém... Paixão é sempre aquele turbilhão de um tudo. Parabéns pela beleza, abraço.
Mais uma pérola, como disso o amigo poeta, a paixão é um turbilha de tudo. ótimo início de semana Poeta Nelson de Medeiros. Abraço poético.
Que construção perfeita, reflexão com tanta profundidade e carregada de sentimentos, adoro refletir sobre o amor e a paixão e sobre o que nos causa, senti o turbilhão em cada linha! Parabéns meu caro colega poeta!
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