Quando for para o infinito
vou então deixar esta vida de lado
meus poemas não terminados
as cartas de amor dos tempos de enamorado
a lista de compras do supermercado
e todos os boletos previamente quitados
Quando for seguir em frente
para onde não existe mais em frente
vou me ausentar das horas do jantar
não ter mais com o que me preocupar
nem escolher a roupa para ir trabalhar
deixar de levar o cachorro para passear
e no refrigerador uma cerveja Stella Artois
Quando me ofuscar no perpétuo
perderei meus poucos retratos
jamais haverei de ser beato
esquecerei na gaveta os certificados
daqueles cursos por mim cursados
minhas certidões de nascimento e de casado
e na agenda o horário com o médico marcado
Quando meu sumiço fizer parte do infinito
quem irá então ficar com minhas meias
e este meu punhado de sonhos desabrigados?
- Autor: joaquim cesario de mello ( Offline)
- Publicado: 10 de junho de 2024 08:23
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 12
- Usuários favoritos deste poema: Antonio Luiz, Melancolia...
Comentários1
Ave poeta! Todos os que apreciam a boa poesia!
1 ab
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