Chico Lino

TELÚRICO COLIBRI


Aviso de ausência de Chico Lino
NO

TELÚRICO COLIBRI
Chico Lino

Não dou importância
Que você me prenda

Nem que me enforque

Que atado a cavalos
Meu corpo
Seja aos quatro ventos

Espete minha cabeça
Numa estaca
Sirva o petisco

Exemplo da famigerada
Crueldade de sua proveniência

Mas cuidado

Não ouse salgar
Minha terra
Onde medram hibiscos

Pois meu ofício
É beijar flores


In, Sentimentos do Rio Doce, 2016

  • Autor: Chico Lino (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 2 de Julho de 2020 00:07
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 91

Comentários4

  • Nelson de Medeiros

    Ah! Cantar a beleza dos pássaros é pra poucos, poeta, e tu está entre eles.

    1 ab

    • Chico Lino

      "Às vezes tudo é lindo, às vezes tudo engana...", música de Ivan Lins e Vitor Martins... mas às vezes é tudo duramente real, que parece engano... forte abraco, Nelson...

    • Hébron

      Poema com um drama e uma ternura em um contraste e rara harmonia... Fica sempre aquela indagação ao final da leitura: será que alcancei a compreensão do poeta?
      Mas talvez esse seja o charmoso estilo...
      Abraço

      • Chico Lino

        Descrevo o trágico, brutal, desfecho historico de Tiradentes, contrapondo à leve existência de seres como a dos colibris e de que forma poderiam resistir...

        * Descobri que o então senador Aécio Neves, é descendente do Governador que prendeu o nosso mártir...

      • Carlos Lucena

        O poeta é artesão de mistérios!
        Pra falar de amores
        Ele fala de flores.
        Não obstante a beleza
        Contempla a natureza!
        Interrogando o amor
        Antes ele sente a dor
        E com o olhar profundo
        Vai além do mundo.
        Ele alcança passarinhos
        Pousa em muitos ninhos.
        Só ele entende beija-flores
        Só ele penetra nos amores
        E transforma em poesia
        O real e a fantasia!


        Abraços poéticos! Linda sua poesia!

      • Chico Lino

        Belíssimo e inspirado comentário; gratíssimo, Lucena... Forte abraço...



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