Queda de Morte Súbita - o Eu Hades

Letícia Alves


Aviso de ausência de Letícia Alves
NO


Queda de paradigma,
fim sem conclusão,
indescritível, imoral.

Não se olha para trás;
não se vê nem se repara
no quebrado, em pedaços.

O mais perto é uma
etapa inacabada,
a incompletude vaga –
meramente estúpida –
de quem escolheu ficar
para trás, no obsoleto
do parapeito, entre os
meios; entre lugar nenhum.

Instaura-se num retrógrado
plano de fundo, vendo a miúdos;
o mundo é concebido
através de lentes turvas.

Ultrapassou-se, mas não
venceu a tépida visão.

Ultrapassou o paradigma,
no entanto, foi através
da ruína do Ser vigente.

É ser cego. Vive-se no espírito
distópico, que destrói a si próprio
devagar, enquanto um disco
arranhado perfura a realidade,
impedindo-o de sentir a lucidez,
impedindo-o de se ver.

A queda termina. ¹Hades morre.

¹deus grego do mundo dos mortos que possui todas as riquezas da terra, mas reside no lugar mais sombrio dela.

  • Autor: Hyun (em coreano significa: iluminado) (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 29 de novembro de 2023 13:34
  • Comentário do autor sobre o poema: Sobre as mentes que se fecham e os horizontes que se privam, devido à perspectiva limitada do Homem, a falta de visão globalizante de todos os elementos que nos cercam. Sobre VER o que se vê.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 13


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.