Queda de paradigma,
fim sem conclusão,
indescritível, imoral.
Não se olha para trás;
não se vê nem se repara
no quebrado, em pedaços.
O mais perto é uma
etapa inacabada,
a incompletude vaga –
meramente estúpida –
de quem escolheu ficar
para trás, no obsoleto
do parapeito, entre os
meios; entre lugar nenhum.
Instaura-se num retrógrado
plano de fundo, vendo a miúdos;
o mundo é concebido
através de lentes turvas.
Ultrapassou-se, mas não
venceu a tépida visão.
Ultrapassou o paradigma,
no entanto, foi através
da ruína do Ser vigente.
É ser cego. Vive-se no espírito
distópico, que destrói a si próprio
devagar, enquanto um disco
arranhado perfura a realidade,
impedindo-o de sentir a lucidez,
impedindo-o de se ver.
A queda termina. ¹Hades morre.
¹deus grego do mundo dos mortos que possui todas as riquezas da terra, mas reside no lugar mais sombrio dela.