NO
No brilho da noite eu encontrei
o significado perdido, avulso
da estrela caída.
Parece ter sofrido e estar perdida,
mas brilha. Emite raios que se
pudessem, cantariam.
Brilha e irradia com uma potência
que só paira nas caídas.
Observo de dentro.
Volto para casa,
já não me sinto solitária.
A estrela queimou.
- Comentário/explicação sobre o poema:
A estrela "ter queimado", neste poema, remete ao termo científico de 'fusão nuclear', onde as reações de fusão são aquelas em que dois núcleos de átomos de massas menores se unem para a formação de um núcleo maior. Logo, a fusão nas estrelas se dá no seu centro, em altas temperaturas. Quando acaba o combustível — e a fusão chega a queimar elementos mais pesados como o ferro — e o reator nuclear é desligado, a estrela não pode mais suportar o peso das camadas que estão próximas ao núcleo dela. Ela então explode, num fenômeno chamado 'supernova'.
Acho incrível a forma esplendorosa e dolorosa de como a estrela tem de morrer para viver todos os dias... Às vezes me pego pensando sobre como quase ninguém atenta ao fato dela brilhar apenas porque queima primeiro. Se fossemos como as estrelas, agarrássemos a nossa sina, enfrentássemos nossos "elementos mais pesados" e aceitássemos os "momentos de fusão nuclear internos", a fusão da vida-vivida com o peso das camadas de não-vida seriam melhores. Eu seria melhor. A estrela que morre todos os dias me inspira e reanima. É o que queima que é vida.
- Autor: Hyun (em coreano significa: iluminado) (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 21 de novembro de 2023 20:35
- Comentário do autor sobre o poema: Na imagem acima consta a fotografia tirada pela Nasa duma estrela azul em supernova. Magnífico, não é mesmo?
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 4
- Usuários favoritos deste poema: Letícia Alves, Antonio Luiz
Comentários5
Lindo poema, eu também acho o universo fascinante, potencialmente os eventos, galáxias, supernova, buracos negros, estrela de nêutrons, enfim, a inspiração nessa imensidão nos fascina. Abraços
Gratidão, querido!
Muito bom saber que você também tende esse "ponto fraco" pelo Universo. Realmente fascina de uma forma avassaladora!
Abraços!
SERGIO NEVES - ...minha queridíssima Letícia...,...que bom vir por aqui e te encontrar nesse teu escrito "saindo do forno"...,...me extasias sempre! ...brilhante a tua analogia,...poeticamente e em todos os outros sentidos...,...e a tua complementação com a "explicação", dão bem o tamanho do quanto és "fora do eixo" ao levamos em consideração uma "normalidade" qualquer..,...estás muito além...,..."...às vezes me pego pensando sobre como quase ninguém atenta ao fato dela brilhar apenas porque queima primeiro..."...,...eu vou aqui me arriscar a dizer que esse "quase" dito na tua frase é mais como uma figura de retórica..,...podes acreditar que ninguém atenta a isso assim como tu atentas...,...nem os "especialistas" têm esse olhar que tu tens, mesmo eles sabendo da "ciência" toda a respeito...,...ciência é ciência, poesia é poesia..,...e aqui tu fazes a fusão das duas com uma "grandeza estelar" -equivalente à milionésima potência...,...tudo muito "portentoso" nesse teu escrito... // ...tudo "nos Céus": -o poema,...a "explicação (perfeita),...a imagem,...a música..,...e tu! /// Carinhos, "supernova" menina.
Muito obrigada!!!!!!!
Sinto que o poema atingiu o seu ponto mais alto e belo após essa sua interpretação singular.
O olhar da poesia é sempre tão único e, por ser subjetivo, tem uma magia que cada um de nós captamos de maneiras especiais e transcendentais. Esse seu comentário é prova disso. Muito gratificante saber que fizestes a fusão mental dessa "grandeza estelar" (que não é minha, mas do Universo, o que escrevi foi simples e apenas um reflexo). O universo realmente é algo extraordinário. Meus escritos são ordinários, mas nem todo o "Homem-Moderno", por ser raso e líquido, consegue esvair-se e criar no âmbito mais sublime que existe na mente humana a visão mágica e refulgente que senti, interpretei e criei e que você visualizou, sentiu e reinterpretou. Portanto, sinto-me feliz com mais um comentário detalhado e apreciador da sua parte.
Carinhos em dobro.
Abraços azuis, de supernova.
Me encanto o uso da ciencia e a poesia, como em uma fusão nuclear se unem e tornam se um espetáculo...
Parabéns, veja u texto meu com essa idéia "A Assintota e a reta"
Muito obrigada, SM Lino.
Bom saber que essa fusão do campo da ciência e da arte poética tornaram-se um espetáculo para você. Fico muito feliz com a sua apreciação.
Pode deixar que vou ver o texto agora mesmo.
Abraços!
Querida poeta e amiga Letícia,
Eu vejo os teus escritos com toda essa fascinante potência estelar: o céu é muito mais bonito com eles!
Um abraço.
Muito obrigada de coração, querido amigo e poeta Luiz.
Não tenho nem palavras para tal generosidade da sua parte. É mais que incrível ver que o céu (tanto o literal, quanto o da minha escrita) e o Universo que é bonito demais para mim é muito mais bonito para você.
Abraços iluminados de azul, de brilho estelar!
Um fascinante e belo poema, como todo o universo! Parabéns! Um abraço.
Muito obrigada, querido Vilmar! Um abraço iluminado como o Universo!
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