Flagelo - Ilha em Chamas, Coração que Canta

Letícia Alves


Aviso de ausência de Letícia Alves
NO


Um flagelo de memória.
A música que ouvi e não volta,
que não traz a mesma sensação.
Cada fecho é um fecho diferente,
pois é natural o sentimento e a criação.

Graus de claridade. Sonhos lúcidos que
despertam viagens, sinto os resquícios,
toco as muitas imagens-vontades.
Lembro da ponte que conecta o rio e
concede o meu desaguar só de nela pensar.
Como ela sou fincada e transversal.

Contudo, não possuo o mesmo concreto
de alma. Como a música, sou desamarrada
e resoluta. Estar no flagelo de memórias,
essa ilha onde as águas são lembranças,
e consumi-la, enquanto me queimo.

Porque sinto a chama, porque sinto arder,
sei que estou viva. Portanto, ainda há um
rio cheio de viver, mesmo no flagelo, na ilha.
Quero consumi-la, ela que me queima,
até que se desfaça no meu viver –
findar a chama, reviver a vida.

  • Autor: Hyun (em coreano significa: iluminado) (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 23 de outubro de 2023 13:16
  • Comentário do autor sobre o poema: Consolo Na Praia - Carlos Drummond de Andrade: Vamos, não chores/ A infância está perdida/ A mocidade está perdida/ Mas a vida não se perdeu/ Algumas palavras duras/ Em voz mansa, te golpearam/ Nunca, nunca cicatrizam/ Mas e o humor?/ A injustiça não se resolve/ À sombra do mundo errado/ Murmuraste um protesto tímido/ Mas virão outros/ Tudo somado/ Devias precipitar-te, de vez, nas águas/ Estás nu na areia, no vento/Dorme, meu filho. Faço das palavras do grande Drummond as minhas hoje.
  • Categoria: Triste
  • Visualizações: 25
  • Usuários favoritos deste poema: Antonio Luiz, Shmuel, Letícia Alves
Comentários +

Comentários4

  • Antonio Luiz

    Querida poeta e amiga Letícia,

    O poema é um pouco melancólico, mas é lindo: parabéns!
    (Eu já estava sentindo falta de um texto novo teu por aqui)

    Um abraço!

    • Letícia Alves

      Muito obrigada, querido!

      Estou com menos tempo pra postar, mas sempre que posso venho aqui postar um e ler outros haha

      Abraços!!

    • Shmuel

      Adorei!
      A referência em tua poesia dispensa comentários.
      Abraços do Shmuel!

      • Letícia Alves

        Muito obrigada, querido Shmuel!!

        Grande abraço! 😉

      • Sergio Neves

        SERGIO NEVES - ...minha querida Letícia...,...tu és o Drummond "de saias"! (...se isso for algum sinal de um qualquer "machismo", me desculpe, mas...) / ...essa minha "afirmação" está bem latente aqui...,..."evocaste" o Sr. Carlos citando um poema que de alguma forma se "conecta" com o que aqui escreveste...,...lendo ambos, percebe-se que, implicitamente, tá tudo "ali! ...é "pau a pau", poeticamente falando... / ...agora, dando uns "pitaquinhos" no cerne do teu escrito, o "âmago" do poema passa a mim a impressão de que toda a "angustiazinha" colocada foi inspirada advinda de uma questão sentimental (ainda) mal resolvida,...talvez uma "paixãozinha" (paixãozona?) a querer ser alcançada...,...quando isso nos "abarca" de forma que não nos deixa "à vontade" para poder externar -até a nós mesmo, procuramos outros "vieses" que, no íntimo, faz com que extravasemos "enviesadamente" o que está a apertar o coração...,/ ...esse teu escrito -de forma "metafórica" ou não- tá de de se admirar pelo que conseguiste colocar de poesia no tema...,...muito bom te ler! // (PS - ...não consegui abrir a musica, mas, vindo de ti, tenho a absoluta certeza de que me daria bastante prazer...) /// Carinhos a ti.

        • Letícia Alves

          Muito obrigada pelo comentário detalhado!

          De forma alguma soou machista (pelo menos pra mim). É até um elogio muito grande ser comparada ao grande Drummond! Eu amo tanto as poesias dele!

          Bom saber que ambos os poemas se complementaram, esse era o objetivo.

          Em relação ao motivo por detrás do poema, na verdade, escrevi pensando no meu antigo lar, onde eu vivi por pouco tempo, mas que carrega um pedaço enorme em mim (no nordeste, em Serjipe) e fui contrastando o 'eu daquela época', o 'eu de agora' e a melancolia ou "dor de pensar", como diria F. Pessoa, ao lembrar-me daqueles tempos, comparando-os com os tempos de hoje, com o meu agora, foi apenas isso. haha

          Reatualizei o link da música e agora já está funcionando normalmente!

          Abraços iluminados e tenha um bom dia!

        • Maria do Socorro Domingos

          Na alegria ou na tristeza, a poesia é uma bela arte !E você, querida Letícia, a domina com maestria. Parabéns e muito obrigada pelo carinho de suas visitas. Um beijo em seu coração de poeta!

          • Letícia Alves

            Ah! Muito, muito obrigada, querida Maria!!

            Fico muito feliz com as suas belas palavras referentes à minha escrita!

            Um grande abraço iluminado!! 😉



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