Um flagelo de memória.
A música que ouvi e não volta,
que não traz a mesma sensação.
Cada fecho é um fecho diferente,
pois é natural o sentimento e a criação.
Graus de claridade. Sonhos lúcidos que
despertam viagens, sinto os resquícios,
toco as muitas imagens-vontades.
Lembro da ponte que conecta o rio e
concede o meu desaguar só de nela pensar.
Como ela sou fincada e transversal.
Contudo, não possuo o mesmo concreto
de alma. Como a música, sou desamarrada
e resoluta. Estar no flagelo de memórias,
essa ilha onde as águas são lembranças,
e consumi-la, enquanto me queimo.
Porque sinto a chama, porque sinto arder,
sei que estou viva. Portanto, ainda há um
rio cheio de viver, mesmo no flagelo, na ilha.
Quero consumi-la, ela que me queima,
até que se desfaça no meu viver –
findar a chama, reviver a vida.