Antonio Luiz

O amor de coisas que murcham

os ramalhetes, tão ternos e orvalhados

reunidos nas manhãs do mês de maio

perdem o viço após o segundo domingo

quando oferecidos por amor àquelas mães

que os aguam felizes nos vasos das salas

 

as rosas colhidas nas tardes de agosto

que tanto alegram os meus e outros olhos

ainda que regadas com lágrimas paternas de amor

perdem depois, de si, todo e qualquer frescor

 

o conjunto de flores das fúnebres coroas

desperdiçado, ao olhar que já nem mais está lá

resseca serenado antes do amado plantado defunto

 

e a pétala dos amantes, entre as folhas dos livros

guarda úmidos beijos, emurchecida, como se fala

 

é que flor de amor, molhada, murcha, como o falo

 

-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 07/10/23 --

Comentários2

  • Letícia Alves

    Que poema melancólico e lindo!

    Só o título já me deixou várias "pinturas mentais"...

    Entrei nele duma forma...

    "as rosas colhidas nas tardes de agosto
    que tanto alegram os meus e outros olhos"

    Coisa linda.

    Parabéns!

    Abraços de luz, querido.

    • Antonio Luiz

      Querida Letícia,

      De fato, o texto tem essas nuanças e me deixa muito contente ter esse retorno, de que elas foram percebidas!
      Grato pela leitura e pela gentileza dos comentários!

      Um abraço!

    • Vilmar Donizetti Pereira

      Parabéns pela sua bela e imagética poesia! Tenha um abençoado domingo! Um abraço.

      • Antonio Luiz

        Caro poeta Vilmar,

        Muito obrigado pela cordial leitura, pela gentileza dos comentários e pelo gesto tão amável de favoritar o meu texto!

        Um abençoado domingo para ti, também!
        Abraços!



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